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Opinião
12/08/2009 - 15h00
O trabalho como alienação
Christian Rocha
 

A verdade, veja só, é que o trabalho bem feito é alienante. Você não pode ser um excelente cozinheiro e ao mesmo tempo preocupar-se com as baixarias do Legislativo, você não pode ser um excelente professor e manter-se totalmente atento aos altos e baixos do Brasileirão, você não pode ser um excelente técnico e acompanhar a evolução da Bolsa.

Na prática, é claro, não são poucas pessoas que conciliam todas estas coisas, e algumas conseguem ser muito bem-sucedidas em suas profissões. Bem ao seu lado você vê pessoas assim, que durante o dia cumprem as obrigações que lhes permitem pagar as contas e à noite bebem com os amigos, xingam o juiz (de futebol, claro) diante da TV e até ficam um pouco revoltadas com o lodaçal eterno de Brasília. Essas pessoas conseguem ser muito boas em suas respectivas ocupações, mas não geniais. A genialidade não dá espaço para ser isto hoje e ser qualquer outra coisa na próxima hora. Para quem realmente sabe escrever, por exemplo, tudo é literatura, tudo traz observações, anotações, idéias e escritos. Para quem realmente sabe ensinar, tudo é educação, método, inteligência e evolução intelectual. E é bem difícil adquirir esse tipo de integridade (i.e. firmeza de propósito que mantém o sujeito na linha a que resolveu se dedicar a vida toda) sem se isolar por longos períodos de estudo e meditação - meditação, sim, ou você crê que a genialidade se faz sem consciência da própria ação e sem consciência da própria consciência?

Desnecessário falar da importância de encontrar (que é diferente de buscar) prazer naquilo que se decidiu fazer a vida toda. A partir daí entraríamos numa longa (mas interessante) discussão sobre vocação e sobre a tristeza que é notar massas ignaras vivendo sob a ilusão de que “ganhar dinheiro” é uma vocação a ser cumprida, quando se trata - óbvio, óbvio - de uma conseqüência, como o prazer, a satisfação e o sono tranqüilo. A verdadeira genialidade é sempre introspectiva.


Nota do Editor: Christian Rocha vive em Ilhabela, é arquiteto por formação, aikidoka por paixão e escritor por vocação. Seu "saite" é o Christian Rocha.
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