Bom dia Sr. Luiz Moura. Há muito não escrevo, decidi parar por um tempo, pois é complicado quando ao invés de se olhar a idéia, querem olhar para o rosto daquele que a escreve, procurando nesta pessoa defeitos e erros para desacreditar o que por ela é exposto. Concordo que ao falar no nome de alguém, ou ao expor uma pessoa, tem que ser rosto a rosto, não podendo haver máscara ou tinta, de outra forma é leviano e desonesto. Mas as idéias em si não têm rostos, e como dizia o personagem que inspirou minha marca: “Por baixo desta máscara não há só carne, por baixo desta máscara há uma idéia, e idéias são a prova de balas.” Não só a prova de balas, mas a prova de vaidade, do individualismo e da soberba. A marca de Joel Z. Rameri, sempre foi e sempre será a idéia pura, e como todo ser existente já cometeu erros, e aprendeu com eles, de tempos em tempos vou e volto, já tentaram me matar virtualmente, já fui falado, já fui esquecido, já fui lembrado, odiado e elogiado, tudo o que pode acontecer com uma pessoa real. Mas não é o Joel que importa o “nome falso” ou pseudônimo, mas sim a mensagem passada. Não inventei esta máscara, ou esta idéia, a séculos ela já é utilizada no mundo literário, tenho um livro escrito por Voltaire, que na verdade chama-se François-Marie Arouet, outros nomes poderia também citar para ilustrar: Paulo Barreto como João do Rio, Adolfo Rocha como Miguel Torga, José Maria dos Reis Pereira como José Régio, Samuel Langhorne Clemens como Mark Twain, Amandine Aurore Lucie Dupin como George Sand, entre outros. O uso do pseudônimo talvez fosse totalmente inútil se todos os leitores levassem em conta o fato de o criador do texto literário ser necessariamente um fingidor, um acionador do princípio da imitação em sua mais absoluta evidência. Isso evitaria a busca de camuflagem, uma vez que não haveria o perigo de o sujeito da enunciação ser confundido com o sujeito empírico (baseado em sua experiência ou formação), simplificando que não comparassem o sujeito com a idéia. Agora muito mais triste é o uso de outro tipo de máscara, a da hipocrisia, a de lobo em pele de cordeiro, a de discursos inflamados, de palavras doces, mas com poder de fel ao atingirem na realidade os mais simples e desfavorecidos. Esse é o tipo de máscara que deve ser abolida: a da mentira, da leviandade e da maldade. Eu agradeço mais uma vez, em nome de Joel Z. Rameri, e de uma idéia, a de passar minha experiência e meu desejo de uma sociedade melhor, sem a interferência de “marcas” que nada tem a ver com os propósitos que para mim são maiores. Joel Z. Rameri é um pseudônimo, estudante da vida, aprendiz do presente, sobrevivente do passado, e esperançoso no futuro. Joel Z. Rameri joel.rameri@bol.com.br
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