O diabetes é uma das doenças mais graves no Brasil, pois mesmo quando a pessoa não morre, ela ainda corre o risco de ficar com graves sequelas. De acordo o Ministério da Saúde, o país tem quase sete milhões de adultos (acima dos 18 anos) portadores da enfermidade, que é responsável por 40 a 70% das amputações de membros inferiores, segundo o site da Associação Nacional do Diabetes. A deficiência de insulina é a causa do problema. O pâncreas é o responsável pela produção do hormônio, cuja função é o controle dos níveis de glicose nos sangue. Sem a insulina o organismo não consegue absorver o açúcar, que em excesso nos vasos sanguíneos gera a hiperglicemia. Entre as diversas consequências do quadro, estão os problemas vasculares, que podem resultar na amputação de membros. O grupo social mais atingido pelo problema são os idosos, onde os dados dizem que 20 em cada grupo de 100 indivíduos têm diabetes. Apesar do alto número de casos, muitos pacientes não sabem que possuem a doença, o que leva a demora no tratamento. “Então, vem a surpresa de que uma ferida no pé comprometeu definitivamente o membro, que deverá ser amputado. O choque é grande”, explica a fisioterapeuta e gestora da clínica Ortopédica Catarinense, Lílian Alves. Segundo ela, o impacto sobre o idoso é muito forte, pois ele já tem o corpo naturalmente debilitado e a autoestima tende a ficar ainda mais baixa. É necessário um bom trabalho psicológico para que o paciente aceite bem e colabore com o roteiro do tratamento. A protetização em pessoas de idade mais avançada tem se mostrado um procedimento de ótimos resultados, quando o paciente é acompanhado por uma equipe multidisciplinar comprometida com o sucesso do trabalho. “Não há mais razão para as pessoas acharem que o idoso amputado não consegue mais ser independente. São vários exemplos de pessoas que levam a vida normalmente”, afirma Lílian. O processo de recuperação é um pouco mais longo e trabalhoso, mas com o apoio profissional e familiar o idoso consegue se reabilitar. Segundo a psicóloga da Ortopédica Catarinense, Mariane Bonato, os parentes têm papel relevante durante a terapia pelo suporte emocional, afetivo, pela segurança que passam ao paciente. “Na família, o comportamento de cada um afeta o outro. Quem pode dividir o estresse fica mais confiante e deixa os pensamentos negativos de lado”.
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