O senador Eduardo Suplicy não foi feliz em seu pronunciamento. Veio a público depois de encerrada a partida e apresentou literalmente um cartão vermelho ao presidente José Sarney. Chegou a causar risos entre os presentes. A atitude de Suplicy foi classificada como marketing puro e falta de sinceridade pelo senador Heráclito Fortes. Ao contrário do que ouvi e vi pela mídia, Heráclito não defendeu Sarney, ao contrário, foi ao microfone cobrar coerência de Suplicy ao perguntar: - É muito simples, contra fatos não há argumentos. V. Exª (senador Suplicy) não assinou o recurso que o Senador José Nery assinou! Por que V. Exª não assinou o recurso, se é tão sincero esse seu sentimento de agora? Por que V. Exª não assinou, para ter legitimidade de estar dizendo aqui hoje o que está dizendo? Suplicy tentou se explicar. Perdeu a calma. Realmente contra os fatos não há argumentos. Se desejava mesmo agir contra o arquivamento das denúncias contra Sarney, Suplicy deveria ter assinado o recurso. Não assinou. Preferiu ir para a tribuna vociferar contra o Presidente do Senado. Uma clara peça de marketing. E Heráclito continuou: "Cartão vermelho para o Lula, porque foi quem invadiu o campo aqui, foi quem invadiu as dependências do Senado. Cartão vermelho para o Presidente Lula, que deu cartão amarelo para o Líder do seu Partido, o Senador Mercadante. V. Exª não tem coragem de dar cartão vermelho a Lula. Por que não dá o cartão vermelho aí, para o País todo ver? Porque o responsável disso tudo, quem foi? Seja sincero. Quem foi o responsável por isso tudo?". Suplicy obedeceu a disciplina partidária. Que não venha agora posar de ético quando houve a possibilidade de colocar sua assinatura no recurso contra Sarney e não o fez. Realmente contra os fatos não há argumentos. Nota do Editor: Márcio Chalegre Coimbra é analista político, editor-chefe do site Parlata, desde 2003. Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos, com passagens acadêmicas pela FGV, UFRGS, Unisinos e Harvard Law School. Possui experiência internacional com passagem pela Fundación FAES e o Partido Popular em Madri, Espanha e como analista-chefe do Hayek Institute em Viena, Áustria. Nos Estados Unidos trabalhou com o Leadership Institute e o Partido Republicano. No Brasil trabalhou como consultor na Patri e como Diretor na Governale, atendendo clientes nacionais e internacionais. Como Professor, na Universidade Católica de Brasília e no UniCEUB, orientou pesquisas na área de relações governamentais e internacionais Autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson. Responsável pelo Blog Diários da Política (marciocoimbra.blogspot.com).
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