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Opinião
03/09/2009 - 10h00
O petróleo é (ou deveria ser) nosso
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O brasileiro ouve e lê, desde 1947, que “o petróleo é nosso”. A frase, de autoria do prof. Otacílio Rainho, diretor do Colégio Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, sustentou o proselitismo dos nacionalistas que levaram o segundo governo Vargas a criar a Petrobras, em 1953, com a finalidade de deter e administrar o monopólio estatal da exploração, refino e transporte do petróleo. Essa exclusividade durou 44 anos, até que o presidente Fernando Henrique Cardoso a revogou, em 1997, abrindo o setor para empresas privadas, tanto nacionais quanto estrangeiras.

A estatal foi criada exatos 89 anos depois que o Brasil emitiu a sua primeira licença para a exploração de petróleo. Foi resultado de enormes lutas econômicas, políticas e ideológicas que produziram, entre outros efeitos, a famosa prisão do escritor Monteiro Lobato (que defendia a exploração do petróleo em nosso subsolo), no ano de 1941. Nacionalistas, entreguistas, aproveitadores e outros segmentos sócio-econômicos degladiaram-se e festejaram a constituição da empresa que, segundo se dizia, resolveria muitos dos problemas brasileiros.

Ao longo de sua existência, a Petrobras foi bandeira política de todos os governos, independente da ideologia. Muitas inaugurações, com embargados e fantasiosos discursos, serviram de argumentos para campanhas eleitorais e o narcisismo dos governantes de plantão em diferentes épocas. Sem qualquer dúvida, o Brasil construiu uma empresa petrolífera digna de orgulho. Mas é bem verdade que o povo, seu verdadeiro financiador, até hoje, pouco ou nada se beneficia, pelo menos diretamente, com sua lucrativa atividade.

Desde o governo Jânio Quadros, que decretou um brutal aumento no preço para fazer frente à taxa cambial do petróleo importado na maior parte, e da crise mundial do petróleo de 1973, o brasileiro amarga preços astronômicos pelo combustível. Recentemente, chegamos a pagar o dobro do que paga o norte-americano pelo litro da gasolina. Nos países vizinhos, paga-se muito menos que no Brasil e – pasmem – muitas vezes pela gasolina que eles importam da Petrobras. Logo, essa estatal, construída com o dinheiro e o suor do povo, é apenas mais uma grande corporação, que opera no mercado local, nos mesmos moldes econômicos das “sete irmãs” petrolíferas internacionais.

O iluminado e fotogênico presidente Lula, já apareceu bem no retrato quando anunciou a auto-suficiência brasileira na produção/consumo de petróleo. Mas nem por isso, o povo teve a contrapartida de pagar menos na bomba. Agora, alegre e feliz, ele faz discursos de forte conotação eleitoral ao anunciar com largo otimismo, o começo da exploração das jazidas do “pré-sal”, localizadas nas profundezas do oceano. Lá, segundo a propaganda oficial, existe um fantástico campo petrolífero à nossa disposição. E nós, o povo, o empreendedor, o consumidor, o quê ganharemos com isso?

Já passou da hora do consumidor que, até agora, só investiu, começar a receber os benefícios de ter construído essa formidável e rentável, empresa petrolífera. Se a Petrobras continuar simplesmente como uma estatal, igual às demais, não terá valido a pena.

Acorda Brasil!!!


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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