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Opinião
17/09/2009 - 05h33
Sucessão é um grande sucesso
Mario Guerreiro - Parlata
 

Considero Lulla um apedeuta e um falastrão, mas não posso negar que ele é uma raposa política das mais felpudas.

Quando Ciro, o Açodado, estava se assanhando como candidato à presidência, Lulla tentou persuadi-lo a se candidatar a governador de São Paulo, como se a Terra dos Bandeirantes, fosse a Terra de Iracema e não tivesse por lá Serra, Alckmin e Kassab liderando o ninho do tucanato.

Ciro – o Arrogante - parece que não topou a coisa de imediato, aceitando de bom grado ser boi de piranha. Não que Lulla quisesse a desgraça do pobre político cearense, mas sim porque sua candidatura tiraria certamente votos da companheira Estella, Dilma Rousseff, a madrasta da Branca de Neve, perdão: do PAC (Plano para Alavancar a Companheira).

Agora despontou no horizonte outra possível candidatura ameaçadora: a da hiperecológica Marina Silva (Nenhum parentesco com Luiz Inácio da Silva nem com Fausto Silva, diga-se de passagem). O companheiro Jair, Carlos Minc do PT, e o Gabeira do PV adorariam tal candidata, caso ela se desfiliasse do PT e se candidatasse pelo Partido Verde, que nunca ficará maduro.

Mulher, cabocla, ex-seringueira, de passado pobre, evangélica, considerada honesta e que, apesar de ter uma imagem apagada de low profile, conta com um glorioso e imbatível epíteto: a grande guardiã de nossas verdes e virgens florestas, tal como o folclórico Curupira que, tendo os pés voltados pra trás, só anda pra trás...

Lulla já deve estar procurando um modo de dissuadir a companheira Marina a desistir de se candidatar, não tirando votos à esquerda da companheira Estella da Var-Palmares, mas enquanto isto as pesquisas apontam 16% para Ciro Gomes – que não parece querer trocá-los só para perder a eleição em São Paulo - 15% para Dilma, graças à propaganda de Lulla a seu favor - que anda com a Madrasta do PAC a tira-colo por Seca e Meca – e, finalmente, 37% para Serra, com fortes probabilidades de ganhar ainda no primeiro turno.

É claro que ainda é muito cedo e não devemos levar demasiadamente a sério essa e outras pesquisas, mas não devemos tampouco desprezar as tendências do eleitorado em agosto de 2009.

A estratégia de Lulla para transferir votos para a companheira Estella é bastante simples, porém parece eficaz.

Considerando que seu governo goza de cerca de 80% de aprovação entusiástica dos lorpas e dos parvos, ele faz tudo o que pode e o que não pode para reduzir o número de candidatos a dois, e somente dois: o do governo e o da oposição.

Desse modo, a eleição tornar-se-ia um plebiscito de seu governo, que contaria com grande chance de sair vitorioso - afastada a hipótese, ao que tudo indica, de uma emenda constitucional permitindo sua candidatura indefinidamente - como fez Hugorila Chávez na Venezarzuela e como tentou Zelaya em Honduras ao arrepio da Constituição daquele país - parece não haver melhor estratégia disponível.

Mas há ainda um outro forte candidatável, se sua candidatura não enfrentasse alguns percalços: Aécio Neves (PSDB-MG). Apesar de contar com um grau elevado de aprovação em seu estado - o segundo colégio eleitoral brasileiro –, apesar de ter se revelado um bom administrador e ter um grau baixíssimo de rejeição, seu partido, cujas lideranças mais fortes estão no Estado de São Paulo, com forte probabilidade lançará Serra.

Além disso, é preciso não esquecer que Serra já foi candidato e, malgrado derrotado na eleição passada, amealhou um expressivo número de votos e sempre tem aparecido liderando amplamente as pesquisas desde então.

Recentemente Aécio se reuniu com Serra em São Paulo. Não contamos com nenhuma informação do teor da conversa, mas estamos certos de que girou em torno da sucessão presidencial em 2010.

Duvidamos que Serra abra mão da sua candidatura a favor de Aécio, nem mesmo que aceite uma chapa na posição de vice. Mas se ele tentou persuadir Aécio a ser seu vice, o que é mais provável, creio que agiu muito bem. Gostemos ou não, uma chapa café-com-leite, Serra e Aécio, parece ser a única capaz de enfrentar o(a) candidato(a) de Lulla qualquer que seja ele(a), com boa probabilidade de êxito.

Se Aécio herdou a matreirice política de seu tio-avô, Tancredo Neves, estamos certos de que aceitou a possível proposta de Serra. Parece que não lhe restava outra alternativa: seu partido, o PSDB, escolherá Serra, ao que tudo indica.

Aécio poderia mudar de partido e se lançar candidato, mas mudar para que partido? Nem os Democratas nem muito menos o PMDB – em que metade sempre apóia o governo e a outra metade vai para a oposição – acendendo uma vela pra Deus e outra pro Diabo - aceitariam tal coisa, dividindo a oposição e fazendo frente ao mais cotado candidato.

Consideramos fora de questão sua candidatura pelo PSOL, mesmo porque estamos certos de que este tem sua eterna candidata: Heloísa Helena com seu rabo-de-cavalo, de jeans surrado e T-shirt, traje habitual de Lulla, antes de conhecer o competente marqueteiro Duda Mendonça, que o persuadiu que ternos Armani e gravatas de seda pegavam muito melhor aos olhos do eleitorado... E assim nasceu Lulinha-Paz-e-Amor sob o signo do sucesso, mesmo após ter perdido três eleições para Presidente da Bruzundanga. Ora, o esquerdista Mitterand também perdeu três, mas ganhou na quarta.

Heloísa Helena tem pouca probabilidade de vencer a eleição, mas tem forte probabilidade de criar mais um embaraço a tão desejada eleição “plebiscitária” de Lulla. E isto tende a se acentuar bastante com a possível candidatura de Ciro, não o rei dos persas, porém o Príncipe de Sobral (CE).

Vamos supor agora que a chapa Serra/Aécio seja lançada e ganhe as eleições, o que nos parece bastante provável, supondo que haja um acordo entre eles...

Estamos certos de que o PT não vai querer voltar para a oposição – uma perda de status e de Poder - mas também não acreditamos que tentará um golpe, pois não teria apoio nem mesmo da maior parte de sua massa de mais de 80% de microcéfalos simpatizantes e oportunistas de plantão. As pesquisas já mostraram isto! E Lulla é muito mais atento à opinião pública do que ele quer nos fazer crer.

Que fará, então, o PT? Por um lado acionará sindicatos e “movimentos sociais”, o MST, a UNE e arruaceiros de aluguel etc. para infernizar o governo. Com toda essa massa de manobra nas ruas e no campo grande será a zorra total e não menores os furdunços aqui, lá e acolá.

Por outro lado, com milhares de companheiros aboletados na administração pública, aguardando apenas as palavras de ordem do grande líder, será sabotada a gestão do novo Presidente das mais variadas e inimagináveis maneiras.

Assim como até hoje mantemos a suspeita de que sabotou FHC com o tal do apagão, que teria deixado um terço do país às escuras, tudo por causa de um transformador queimado em Bauru (SP). Dá pra acreditar, ô Mané?! M’engana qu’eu gosto!!! Bem, ao menos esta foi a versão veiculada pela mídia majoritariamente petista e não desmentida por ninguém...

De tudo isto, uma coisa nos parece quase certa, o PT é uma gravíssima doença altamente contagiosa – tal como a Peste Negra, que dizimou um terço da Europa no nesfasto século XIV - da qual o Brasil não se livrará facilmente, nem mesmo com a rotatividade democrática do Poder dando lugar ao PSDB.

Porém, os menos pessimistas dirão: Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.


Nota do Editor: Mario Guerreiro (xerxes39@gmail.com) é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).

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