A imprensa está noticiando e com destaque, a inadimplência nos cartões de crédito e considerando culpados os usuários dos serviços e que são explorados e com conhecimento e anuência do Estado e sem protetores. Acontece que pouca gente sabe que os operadores dos cartões estão cobrando juros anuais, em média de 500% ou seja, 100 vezes mais que a inflação. Então, os atrasos nos pagamentos se devem exclusivamente ao abuso nas taxas de juros. Se os cartões cobrassem juros anuais em torno de 30% ou seja, quase 800% acima da inflação ou quatro vezes mais que a Selic, a inadimplência deixaria de existir. No entanto, o mais grave é que os órgãos do governo que deveriam defender os direitos do consumidor, fazem vista grossa na fiscalização abusiva de juros de cartões e do sistema financeiro. Então, perguntamos: pessoas físicas e juriídicas, fora do sistema financeiro, quando cobram juros acima de 12% ao ano são enquadradas em agiotagem e sujeitas à penas de prisões de até cinco anos. E, no caso dos bancos e cartões que cobram 2000% a mais, como são classificados perante a lei? Afinal, quem são os caloteiros: os bancos, os cartões de crédito que abusam nos custos dos créditos ou os humildes tomadores de recursos? E tem mais, os créditos considerados incobráveis, são lançados na conta de lucros e perdas das empresas e abatidos no imposto de renda a pagar. Logo, o povo ou a sociedade civil pagam o pato duas vezes e sem comer nem os ossos.
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