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Opinião
11/10/2009 - 14h16
A Igreja, a imprensa e a contradição
Luís Olímpio Ferraz Melo - OI
 

Tradicionalmente, a Igreja Católica é contrária à liberdade de pensamento e de expressão – basta ver as retaliações históricas cometidas para impedir o deslindar do pensamento humano. Desde os "Índices dos livros proibidos" até as condenações na "santa inquisição" para os que liam demais, a Igreja Católica provou que temia a comunicação em massa. Porém, o santo papa Pio 10 disse certa feita: "Coloquem em minhas mãos a imprensa, e eu converterei o mundo", mas como Pio 10 faleceu em 1914, antes da eclosão da primeira guerra mundial, quando os meios de comunicação ainda estavam em fase de transição para a inevitável globalização, talvez o clérigo estivesse prevendo o poder que a imprensa exerceria junto à opinião pública no século 20 e seguintes.

O que era motivo de medo no passado para a Igreja Católica, ou seja, o esclarecimento em massa da civilização e a pluralidade de opiniões acabaram sendo hoje a maior aliada das religiões – não somente da Católica –, pois quase toda igreja está vinculada a grupos de comunicação de massa – televisões, rádios e jornais –, o que acaba por fazer desvio de finalidade, pois em sendo à transmissão de televisão e rádio concessões públicas que deveriam atender ao interesse público não poderiam ser vinculadas a qualquer religião. A Constituição Federal disciplina as concessões de televisões e rádios que devem ser usadas para a educação, o bem-estar da família e da sociedade e o Brasil sendo país laico não pode se curvar aos grupos de pressão religiosos para conceder esse instrumento valioso para outra finalidade que não sejam as estabelecidas na constituição.

O perigo da conversão em massa

É assustador a grade das televisões com programas religiosos querendo catequizar a humanidade com homilias e adorações a santos e a deuses carentes; ainda há charlatões teatralizando milagre de curas impossíveis que acabam machucando e desrespeitando o sentimento das pessoas ingênuas que caem nessas armadilhas televisivas e perdem suas minguadas economias nas mãos desses clérigos desumanos e antiéticos. A imprensa e seu status de quarto poder têm o papel inegociável de mostrar os dois lados – sem acreditar em nenhum – desse jogo obscuro e alienador que é a propagação da religiosidade na mídia.

Não podemos esquecer o que disse Napoleão Bonaparte: "É mais perigoso quatro jornais do que cem mil baionetas." E em todas as reformas, movimentos e revoluções, até hoje a imprensa teve papel decisivo para elucidar e colocar para os seus consumidores os fatos para que estes pudessem decidir e formar suas opiniões, portanto, abram os olhos para o perigo da conversão onerosa em massa.


Nota do Editor: Luís Olímpio Ferraz Melo é advogado e psicanalista, Fortaleza, CE.

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