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Opinião
21/10/2009 - 17h06
Para evitar a guerra civil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A derrubada do helicóptero da Polícia Militar, que tentava resgatar um policial ferido, no Rio de Janeiro, é um inaceitável ato de barbárie, que retrata a ousadia e a determinação dos criminosos. Até nas guerras, as viaturas e equipes de socorro e resgate são respeitadas. Mas quando a guerra é não declarada e os contendores são componentes do crime organizado, não há limites nem princípios humanitários. Isso atesta a necessidade do Rio de Janeiro – escalada para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 – passar por uma radical e imediata transformação. O poder público tem o dever de abandonar o discurso e empregar toda a sua força, rapidez e representatividade para subjugar os grupos e facções criminosas e voltar a ter o controle do território e o respeito da população.

A degradação, resultante de muitos anos de omissão de sucessivos governos, exige o envolvimento total. Não basta apenas reforçar o contingente policial, desguarnecendo outros locais para atuar nas áreas conflagradas. O quadro é caótico e requer o trabalho conjugado das policiais locais, das Forças Armadas, do Judiciário, do Ministério Público, da OAB e entidades da sociedade civil e, principalmente, o apoio amplo de todas as instâncias governamentais e políticas. Precisamos entender que, mesmo sem o reconhecimento oficial, a situação é de guerra civil. Na medida em que os bandidos começam a usar armas de guerra e a confrontar as autoridades e as forças oficiais ( a polícia é uma delas), passam a se parecer muito com os famosos grupos radicais existentes ao redor do mundo, que espalham o pânico à população e tentam desestabilizar governos. Se não forem combatidos eficientemente, a qualquer instante, poderão começar fazer o mesmo por aqui.

A primeira providência que, em nossa opinião, deveria ser adotada no Rio é a utilização de tropas das Forças Armadas para ocupar e controlar as entradas, saídas e vielas dos morros, bairros e favelas conflagrados, evitando a entrada e saída de armas, drogas e suspeitos. Paralelamente, a polícia estadual, que tem legalidade para tanto, focar seu trabalho no interior das “comunidades”, fazendo pentes finos, buscas e apreensões e a prisão de suspeitos. Para que esse trabalho possa ter a necessária celeridade e efeito, o Judiciário e o Ministério Público, com o apoio da OAB, poderiam montar forças-tarefas de juízes, promotores e advogados para analisar e despachar em rito sumário as questões relativas a esse grande mutirão cujo objetivo principal deve ser a libertação da população ordeira hoje subjugada pelos criminosos. Depois de reassumir os territórios perdidos, os governos não poderão se esquecer de oferecer, pelo menos, os serviços básicos à população para, com isso, evitar novamente perdê-los aos bicheiros, traficantes, assaltantes e outros transgressores e marginais.

A fórmula deve, com maior urgência, atender ao Rio de Janeiro. Mas não podemos esquecer que o país possui muitos outros centros onde a criminalidade também se apresenta inaceitável e rumo ao descontrole. Com as devidas adaptações, serve para todo lugar onde há insegurança, que deve ser encarada como problema de todas as esferas de governo e da sociedade. Há que se resolver enquanto ainda é tempo!...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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