28/08/2025  05h12
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
24/10/2009 - 17h06
Cavalos lerdos e mulheres ligeiras!
Ronaldo José Sindermann
 

Existe uma frase famosa atribuída a general Flores da Cunha, que respondendo à pergunta de um repórter sobre sua destacada atuação como advogado e rico fazendeiro chegara ao final de sua vida pobre, respondeu em uma única declaração:

- Cavalos lerdos e mulheres ligeiras!

José Antônio Flores da Cunha nasceu em Santana do Livramento (RS), formou-se em Direito, foi delegado de polícia no Rio de Janeiro, deputado estadual, deputado federal, senador, prefeito da cidade de Uruguaiana (RS) e governador do estado. O título de general é oriundo do campo de batalha, pelas bravuras nas revoluções que lutou como chefe militar legalista na revolução de trinta, que conflagrou o Rio Grande do Sul, opondo-se aos partidários do governador Borges de Medeiros.

Como governador impulsionou o Estado do Rio Grande do Sul criando as secretarias da Educação, Saúde e Agricultura, o Instituto de Previdência, a Universidade do Rio Grande do Sul e a Frota Rio-Grandense, com navios mercantes para exportar a carne gaúcha. Expandiu as linhas férreas e rodovias e ampliou o ensino público.

Mas como nem só de pão vive o homem, o grande general Flores da Cunha era dado aos jogos especialmente as cartas, roleta e o turfe que segundo a história foi o motivo de sua ruína além das lindas mulheres que amou atrizes, cantoras e prostitutas a que atribuiu à ligeireza em seus atributos femininos.

E no meio dessa confusão ele partiu deixando um grande legado, mas infelizmente pouco lembrado.

“Como os potros vou virar minha cabeça, para os pagos no momento de morrer. E nos olhos vou levar o encantamento, desta terra que eu amei com devoção”.

Como na música Canto Alegretense no final da tarde de 04 de novembro de 1959, faleceu o velho general no Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, por insuficiência renal. Em maio do mesmo ano tinha recebido a homenagem do Exército Brasileiro, que no final do improviso declarou: “Chego ao fim da jornada com a cabeça inclinada sobre o coração desfalecente e enfraquecido, e com as narinas dilatadas ao aspirar o perfume sutil da saudade, que embalsama os últimos dias da minha vida”.

No sentido de resgatar o que fora esquecido pela vida moderna, em boa hora surgiu a biografia de José Antônio Flores da Cunha, pois cada vez mais as pessoas vão ocupando seu dia com tarefas e afazeres e esquecem que existiu uma história de sua terra e sua gente.

Como bem destacado no prefácio da obra Flores da Cunha de Corpo Inteiro, pelo jornalista Flávio Tavares, “Nosso grande defeito como povo e nação é o desdém pelo passado. Ao ignorar o que fomos ontem, multiplicamos nossas mazelas na política e na vida social, pois só o passado nos faz entender o presente e preparar o futuro”.

No mesmo sentido é a posição do jornalista e escritor Lauro Schirmer, que pesquisou por dois anos e buscou resgatar vida do último caudilho, inquestionável o maior governador do Estado do Rio Grande do Sul, um visionário para o seu tempo e de vaga lembrança por sua gente.

Com certeza o leitor que tiver contato com a biografia verossímil de Flores da Cunha terá um alimento para alma e conhecerá um gaúcho brasileiro extrovertido, franco e corajoso.


Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.