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Opinião
03/11/2009 - 05h32
Vôo 3054... Segurança e seriedade
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), sobre a tragédia do vôo 3054 da TAM, que matou 199 pessoas, trazido a público há dias, não ilustra nem um pouco a aviação brasileira. Pelo contrário, serve para potencializar o medo de voar, não propriamente pelo temor da altura, mas pelas condições em que se treina os aeronautas e se cuida da infra-estrutura aeronáutica. Pelo divulgado, um dos pilotos possuía apenas 200 horas de vôo em jatos como o acidentado, o treinamento era feito exclusivamente em simuladores (não em aeronave), não há alarme que identifique a posição errada dos manetes, nem alertas à tripulação sobre as dificuldades por que passou aquele vôo. Nem havia restrição de pouso em Congonhas de aviões com o reverso do freio aerodinâmico inativo, entre outros problemas. E, para completar, dois anos antes do acidente, técnicos já alertavam oficialmente que a pista não possui áreas de escape.

O levantamento e a análise, que o Cenipa deverá divulgar oficialmente até o final do ano, servirão para os advogados das famílias das vítimas conseguirem maiores indenizações aos seus clientes. Mas isso é pouco. A população brasileira, especialmente os usuários do transporte aéreo, precisa de providências para evitar a ocorrência de outros acidentes com a mesma motivação.

O Ministério Público não pode deixar de exigir a mais ampla reparação. Se restar provado que a TAM negligenciou ao treinar os pilotos, que o fabricante do avião deixou falhas construtivas ou operacionais no aparelho acidentado, ou se os órgãos normativos e fiscalizadores deixaram de cumprir suas obrigações em relação ao avião, à pista e outros requisitos de segurança da operação. Todos têm de pagar civil e criminalmente, na justa medida de sua culpa ou dolo!

Mesmo com todos os estudos e levantamentos do Cenipa, ainda não se respondeu definitivamente a pergunta básica sobre o acidente da fatídica noite de 17 de julho de 2007: Por que o avião correu toda a pista e não parou? As análises e simulações técnicas precisam chegar a essa conclusão para, acima de tudo, evitar que novos acidentes ocorram pelo mesmo motivo. A caixa preta, os registros do pouso frustrado e do próprio acidente estão aí para peritagem. A sociedade precisa dessa conclusão!

Quando os fatos ainda estavam “quentes”, restringiu-se os vôos a Congonhas, palco da tragédia, falou-se na construção de novo aeroporto em São Paulo, ampliação dos atuais, entre outras providências. Mas, passados o clamor e a indignação, tudo parece não ter saído do papel e da fala fácil dos políticos. O assunto é recorrente e exige seriedade das pessoas, autoridades e instituições envolvidas com o setor. Não é com descaso, negligência, discursos sobre esquifes de vítimas que o governo, a aviação brasileira e até os fabricantes de avião vão ganhar o respeito e atrair a grande clientela internacional. O mínimo que se espera para o setor é, segurança e seriedade...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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