28/08/2025  02h09
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Medicina e Saúde
03/11/2009 - 11h00
Anorexia alcoólica ou drunkorexia
Patrícia Oliveira
 

A anorexia alcoólica, também conhecida como Drunkorexia (termo criado nos EUA) não é uma doença e sim um sintoma do alcoolismo. Resume-se por perda de apetite provocada pelo consumo excessivo de álcool. É um tema controverso já que há dúvidas se devemos considerar um transtorno alimentar especificamente - muitas mulheres jovens preocupadas com a imagem corporal têm o problema caracterizado como anorexia - ou uma deficiência metabólica, conseqüência de uma dependência química em estágio avançado.

O assunto está em pauta e será muito discutido na novela "Viver a Vida", da Rede Globo. A personagem Renata, vivida pela atriz Bárbara Paz, foi diagnosticada com o distúrbio e sofrerá muito até aceitar que precisa de cuidados médicos.

A trama possibilita difundir informações, principalmente aos pais e responsáveis por meninas - a partir de 18 anos - que possam apresentar indícios de distúrbios alimentares e/ou de consumo de álcool. Com esta identificação, é possível procurar ajuda precoce.

Noventa por cento dos casos de anorexia nervosa são encontrados em mulheres. A freqüência vem aumentando devido ao culto à magreza provocado pela mídia e, conseqüentemente, aos valores distorcidos incentivados pela sociedade.

Em busca de um corpo perfeito como os das atrizes, modelos e cantoras, as mulheres jovens tendem a procurar formas de chegar ao aspecto físico desejado. É nesta hora que a anorexia pode se manifestar.

A Drunkorexia pode atingir mulheres a partir dos 20 que ingerem quantidades cada vez maiores de bebidas alcoólicas e restringem a ingestão de calorias na tentativa de manter o corpo magro. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o alcoolismo atinge cerca de 12% da população feminina mundial.

No Brasil, ainda não existem dados sobre a Drunkorexia, porém, há índices que associam o alcoolismo feminino aos transtornos psicológicos como bulimia, anorexia, ansiedade e depressão.

O álcool se torna uma forma de anestesiar as emoções negativas e, na busca por um corpo perfeito, a bebida é usada para reduzir a compulsão por alimentos e o apetite. Além disso, os efeitos do álcool amenizam os sintomas psicológicos e, quando ingerido com o estômago vazio, a ação é ainda mais rápida, tornando-o um "grande aliado".

Mesmo sendo uma fonte calórica, o álcool substitui o alimento sob a forma de "calorias vazias", pois ele não é utilizado eficientemente pelo organismo como uma forma de combustível.

Tanto a digestão como a absorção das calorias são prejudicadas, já que a nutrição nestas condições ocorre sob a influência de um déficit de tiamina, vitamina B12, ácido fólico, zinco e aminoácidos.

Com o metabolismo alterado, os micronutrientes (folato, tiamina, piridoxina, vitamina A, vitamina D, zinco, selênio, magnésio e fósforos) sofrem alterações. As conseqüências desta doença resumem-se a distúrbios nutricionais importantes com alterações orgânicas como arritmias, convulsões, doenças neurológicas, anemia, distúrbios menstruais, alterações da tireóide e endócrina. Portanto, além da perda de apetite, complicações como esofagite, gastrite hemorrágica, hepatite alcoólica e diabetes secundária podem ocorrer.

Recusa em se manter no peso mínimo indicado para a altura e idade (ou um pouco acima disso), medo intenso de engordar, distorção da imagem corporal e alterações do ciclo menstrual sem causa aparente associados ao consumo de álcool em substituição dos alimentos são alguns sinais da anorexia alcoólica.

O tratamento é feito com terapia comportamental e acompanhamento nutricional para controle das duas doenças associadas: o transtorno alimentar e o alcoolismo. São necessárias estratégias como trabalhos de grupo, reuniões do AA (Alcoólicos Anônimos) e avaliações clínicas para medir e tratar os prejuízos orgânicos do consumo.


Nota do Editor: Drª Patrícia A. de Oliveira é médica-nutróloga responsável pela EMTN (Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional) do Hospital Bandeirantes.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "MEDICINA E SAÚDE"Índice das publicações sobre "MEDICINA E SAÚDE"
26/12/2022 - 07h45 Excesso de tecnologia pode afetar a saúde mental
24/12/2022 - 06h33 Depressão é um perigo silencioso
23/12/2022 - 05h58 Febre alta e dor no corpo?
21/12/2022 - 06h08 8 passos de primeiros socorros do infarto
10/12/2022 - 05h22 Casos de dengue aumentam 180,5% em um ano
03/12/2022 - 05h39 6 mitos sobre a saúde ocular infantil
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.