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Opinião
04/11/2009 - 05h29
Em terra de cego quem tem um olho é caolho
Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
 

O presidente Lula diz que os formadores de opinião já não decidem nada: "O povo não quer mais intermediários". É o mesmo Lula que, quando vencido por seu hoje aliado Fernando Collor, acusou uma grande formadora de opinião, a Rede Globo, de responsável pelo resultado das eleições.

Lula não tinha razão naquela época: formador de opinião, seja jornalista, artista, intelectual, o que for, pode até contribuir para o debate, mas não decide eleições. Jânio Quadros se elegeu pela primeira vez prefeito de São Paulo contra toda a imprensa; Leonel Brizola se elegeu governador do Rio tendo contra si a Rede Globo. Lula não tem razão hoje: se o eleitor desprezasse tanto assim os formadores de opinião, o próprio Lula não teria dado tamanha amplitude de ação a Franklin Martins, nem espalhado verbas de publicidade por todo o país, nem gasto dinheiro com a TV Brasil, nem lançado Frank Aguiar, o "Cãozinho dos Teclados", como vice de Luiz Marinho, em São Bernardo.

Mas faz parte da liturgia dos governos odiar a imprensa – até Juscelino Kubitschek, um homem afável, democrático, tranquilo, deu um jeito de censurar seu grande adversário Carlos Lacerda, afastando-o do rádio e da TV. Os governos, em geral, gostam da imprensa que se limita a publicar sua versão dos fatos, e detestam esses chatos que ficam tentando descobrir o que não é para divulgar. Pior é ver que cidadãos comuns ficam felizes com o cerceamento da imprensa.

Um cavalheiro espalhou pela internet sua alegria com a censura ao Estado de S.Paulo. Uma frase exemplar: "O Estadão perdeu a vergonha de ser parcial (...)". Acontece que o Estadão já nasceu parcial – contra a escravidão, pela República. Seria esta parcialidade também condenada pelo leitor? Provavelmente, não: quando a parcialidade é favorável às suas próprias idéias todo mundo a aprecia. Parcialidade condenável é aquela que é contra suas idéias. O cavalheiro chama a censura de "benéfica" e pede que o jornal seja "um pouco mais patriota".

O Sturm, de Hitler, o Pravda, de Stalin, o Il Poppolo de Mussolini, todos eram jornais extremamente patrióticos. Isso não os tornava bons jornais.


Nota do Editor: Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann&Associados.

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