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Opinião
10/11/2009 - 06h01
Uma declaração violenta
Demétrio Sena - Pauta Social
 

Um secretário de segurança como o nosso Beltrame, que todos os dias está nas páginas da mídia, não deveria se deslumbrar em frente aos flashes. Ele se confunde com um artista e diz besteiras próprias de quem responde a perguntas para revistas de adolescentes. Dizer que o Rio de Janeiro não é perigoso, tem apenas pontos perigosos, é uma tentativa infeliz de subestimar a inteligência da população. Inteligência da qual julga essa população desprovida.

O Rio é, sim, um estado muito violento. Não existem pontos violentos e não violentos. Existem são os menos e os mais; nenhum morador do Rio pode se dizer totalmente tranquilo com o lugar onde mora. O próprio secretário, que deve morar num castelo em área de luxo, se é que mora no Rio, não pode se considerar seguro.

São inúmeros os enclausurados de luxo que têm as vidas viradas ao avesso pela criminalidade. Ele acha impossível o crime organizado furar o bloqueio de sua segurança pessoal, que deve envolver mais policiais do que os que circulam pelas ruas dos bairros menos violentos, mas está enganado. Está ou finge que sim, para não assumir publicamente que perdeu ou nunca teve o controle da situação.

É claro que a grande faixa pobre da população vive nas áreas mais perigosas e não contam com a proteção real da polícia. Ao contrário, vê essa situação se agravar com os atos desastrosos de policiais menos preparados que os criminosos. Um despreparo que resulta uma rotina de guerras nas quais as maiores vítimas são os inocentes. Pessoas encontradas constantemente pelas balas perdidas que saem tanto das armas dos bandidos quanto dos policiais.

Não bastasse isso, ainda convivemos com a corrupção política e policial. Essa que facilita a aquisição, pelos marginais, de armas poderosas como a que derrubou recentemente um helicóptero da polícia. Ninguém consegue comprar tais armas sem facilitações da oficialidade, como não acredito em transportes aéreos de grandes quantidades de drogas sem que haja subornos e tráficos de influências.

Creio, de fato, que o tráfico de influências seja a porta de entrada para o tráfico de drogas. Voltando ao secretário, espero que ele continue seguro, mas ainda assim repense a afirmação. O povo do Rio não merece um deboche desses. Quando as multidões vão às ruas para exigir o fim da violência, referem-se a todo tipo de violência. E a declaração do secretário é mais uma, senão mais um crime hediondo praticado contra a população do nosso Estado... Mais do que o Estado do Rio, um estado de calamidade pública.


Nota do Editor: Demétrio Sena é educador lotado no CIEP 327, Suruí - Magé - RJ. Palestrante. Membro da Academia Mageense de letras.

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