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SEÇÃO
Crônicas
14/11/2009 - 08h08
Vingança
Cláudio Pinto de Sá
 

O emaranhado de informações existentes e à disposição, quer em livros, enciclopédias e, modernamente, pela Internet, pode nos conduzir por divagações tantas que, se não soubermos dosar as viagens pelas vicinais, poderemos nos afastar demais da estrada principal do tema ou assunto que procuramos. Foi (ou é) o que ocorreu na feitura deste artigo. O verbete do título resumiria um dos aspectos que observo relacionado ao sistema prisional brasileiro. Como expressarmos citações de barbárie relacionadas às masmorras medievais, com seus aparelhos de tortura, sem que coremos nossas faces com a impudência encontrada na maioria dos presídios de agora? A superlotação transforma aqueles espaços, que deveriam ser de correção, em verdadeiras fábricas de monstros. Como entender essa negligência e irresponsabilidade por parte de quem deveria ser responsável? O tempo passa, por inexorável. Futuras gerações poderão atribuir maior barbárie aos tempos atuais, relativa aos encarcerados, do que a exercida no tempo medieval. Oitenta presos (sobre) vivendo num espaço para trinta! Cruel, lamentável e triste situação que propulsaram o sentimento transformado em título do artigo. O que não se deve confundir é a aplicação da lei ao criminoso, a sua reclusão, com a forma vil a que são literalmente jogados. Isso é, sim, vingança. E esse sentimento nos conduz ao tal emaranhado de citações, acima registrado. Eis algumas. Em O Mercador de Veneza, de Shakespeare, lemos: Se tu nos espetas, não sangramos? Se tu nos fazes cócegas, não rimos? Se tu nos dás veneno, não morremos? Se nos fazes mal, não devemos nos vingar? É atribuída a Tácito, a frase: Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer. Na Larousse, como sinônimos, temos: punição, castigo, represália, reparar, vingar os erros etc. A perda da liberdade seria a vingança da sociedade de bem para com os malfeitores. Uma canção popular diz: Deus perdoa, mas o próprio castigo a gente procura... Segue a letra, assim terminando... A vingança não deu resultado, na história de Abel e Caim. A aplicação do “Olho por Olho”. E seguiriam quase que infinitamente tantos argumentos e definições quanto à validade ou não da vingança. Um fato é certo: a vingança é sempre a segunda ação. Certamente ela não existiria se vivêssemos em harmonia, afastados do orgulho e do pecado, assim como ordenou Viracocha Pachacaiachi, deus e herói da civilização e cultura inca. Antes que o dilúvio nos atinja, segundo aquela crença, esperemos que, no mínimo, as prisões estejam civilizadas, sem as vinganças atuais.

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