O que nos faz achar que somos diferentes por termos uma pele mais clara? Não podemos abdicar ou esquecer que nosso país é constituído de misturas de raças, de culturas e formações religiosas. Devemos enaltecer o sacrifício de todos os negros sequestrados de seu continente e lançados covardemente a escravidão, a tortura e a todas as humilhações. Quantas mortes, quantas humilhações e dor permitidas por uma lei escravagista e voltadas ao preconceito racial. O tempo passou e, ilusoriamente, uma nova lei os libertou (Lei Áurea). Libertou-os de olhares mentirosos em que a relação de sua origem não era de amor ou compaixão, mas sim, por interesses de um Império corrompido pelo roubo e devassidão. Sim, a realidade é bem diferente, a história não é bem contada! O Dia da Consciência Negra deve ser visto como um direito do povo brasileiro, onde a cor da pele não deve ser abordada e nem cultuada. Devemos buscar em cada um de nós respostas quanto a todas as dificuldades encontradas por eles e por nós. Vejamos que as dificuldades e as lutas encontradas por Zumbi dos Palmares ainda persistem. Em uma nova forma, em um novo contexto! Esse novo contexto chama-se: respeito! A escravidão mora no desrespeito e não na cor da pele. Brigamos por muito tempo por igualdade racial, mas ainda não nos colocamos a pensar que nossa luta é outra. Existe uma luta que muitos desrespeitam, existe uma luta que não é vista a olho nu. Ela está em nossos corações e na prática da consciência que não empregue em cada um de nós a raiva entre irmãos de sangue. Valorizemos os negros que perderam suas vidas em um tronco em meio às senzalas. Somos irmãos sem cor, sem raça e sem preconceitos! Devemos pesquisar nossas árvores genealógicas e verificar o quanto é grande nossa mistura racial. Somos todos iguais quando buscamos direitos que deveriam ser alcançados por todos nós. Uma boa escola, um bom emprego, bons salários e casas dignas para uma moradia justa. Dia vinte de novembro deve ser comemorado por todos nós que enfrentamos nossas lutas por nosso dia-a-dia. Em nome do respeito, em nome do amor, em nome do sacrifício de todos os irmãos negros escravizados, eu peço perdão! Mas não desisto de acreditar que o preconceito um dia deixará de fazer parte de nossos dias. Abriremos nossas janelas e veremos pessoas felizes que se conhecerão, que caminharão pelas ruas sem medo de serem assaltadas ou expulsas por bandidos. Teremos uma malha hospitalar que nos dará o direito justo a saúde, teremos políticos honestos que não usarão os impostos para ficarem cada vez mais ricos. Um dia unificaremos todas as datas comemorativas. Nesse dia comemoraremos a luz da existência! Deus não apregoa a separação entre irmãos, Ele define que todos são iguais e que todos os caminhos nos levam a um só lugar. Vivamos em um tom de igualdade a nossa consciência que pode ser negra, branca, parda, amarela... mas sem preconceito ou desigualdade. Nota do Editor: Eder Roberto Dias (ederoamorsemprevence@bol.com.br) é autor do livro “O Amor Sempre Vence...”, publicado pela Editora Gente.
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