28/08/2025  02h09
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
17/11/2009 - 11h06
Advocacia criminal - uma visão distorcida
Ronaldo José Sindermann
 

“Defensor de Bandido”, a expressão pejorativa que serve para menosprezar o advogado criminalista deveria ser banida da boca dos ignorantes que não conhecem a mais bela e nobre das especialidades da advocacia, infelizmente distorcida por uma parcela da sociedade, pois são estes profissionais do direito que incansavelmente labutam para garantir ao acusado em processo judicial o contraditório e a ampla defesa, onde os procedimentos e as leis sejam cumpridos mesmo quando alguém esteja recolhido à prisão.

Neste contexto diário, onde as emoções são imediatas com relação à violência e o desejo de vingança é latente na população que vê o linchamento em praça pública como a única forma de pena para o acusado e seu defensor, pois desconhecem ou retirarão de suas mentes incentivadas por matérias policiais veiculadas em alguns meios de comunicação considerados paladinos da justiça que o direito de defesa não é sagrado e pode ser subtraído e negado aos acusados.

Por esses motivos, a defesa técnica de um advogado criminalista é considerada imprescindível para aqueles que buscam socorro, a lanterna dos afogados, a única tábua de salvação do acusado, muitas vezes abandonados a própria sorte pela família e amigos. Como explica Francesco Carnelutti em sua obra, “As Misérias do Processo Penal”, onde o advogado é o companheiro que se coloca no mesmo plano, que se senta ao seu lado, no último degrau da escada. Em sua nobre missão busca entender os motivos de sua conduta e encontrar uma justificativa psicológica, social ou humana para o ato cometido.

Mas é no histórico acórdão do saudoso Ministro do STF Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa que encontramos o verdadeiro sentido do exercício da advocacia criminal: “Só uma luz nesta sombra, nesta treva, brilha intensa no seio dos autos. É a voz da defesa, a palavra candente do advogado, a sua lógica, a sua dedicação, o seu cabedal de estudo, de análise e de dialética. Onde for ausente a sua palavra, não haverá justiça, nem lei, nem liberdade, nem hora, nem vida...”.

Neste sentido, concluímos nestas simplórias palavras, mas cheias de sentimento de dever cumprido para com a classe dos advogados criminalistas, suplicando que não nos esqueçamos de reconhecer e a valorizar estes profissionais garantidores das leis e da justiça e, sobretudo indispensáveis para sobrevivência de uma democracia.


Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.