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Opinião
17/11/2009 - 17h00
Um paradoxo para a segurança alimentar
Olga Maria Silverio Amancio
 

É um preocupante retrocesso o fato de haver 53 milhões de pessoas hoje famintas na região, segundo acaba de divulgar a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O número é o mesmo que se verificava na década de 90 e bastante superior aos 45 milhões registrados entre 2003 e 2005. Em menos de quatro anos, portanto, oito milhões de indivíduos despencaram da inclusão social para baixo da linha da miséria e à insegurança alimentar.

De acordo com avaliação do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), a presente crise econômica internacional é uma das principais responsáveis pelo recrudescimento da fome. O mais grave é o prognóstico do organismo de que será necessária uma década para se retornar à situação anterior ao crash que abalou todas as economias a partir de outubro de 2008.

Em termos práticos, a estimativa significa que os latino-americanos terão de trabalhar dez anos para incluir novamente oito milhões de habitantes nos direitos essenciais da alimentação e da cidadania e que, ao cabo de todo esse esforço, ainda restarão 45 milhões de pessoas alijadas dessas prerrogativas essenciais. É importante a análise realista dos números, para que se dimensione corretamente o tamanho do desafio a ser vencido. Obviamente, as nações do continente não podem resignar-se a essas perspectivas. É necessária proatividade e confiança no poder de intervir nos problemas socioeconômicos.

Parte das respostas poderá ser proveniente da Frente Parlamentar Contra a Fome, criada durante a Conferência sobre a Segurança Alimentar, realizada em setembro último, na Cidade do Panamá. O trabalho do colegiado, reunindo deputados e senadores de toda a região, será apoiado pela Iniciativa América Latina e Caribe Sem Fome e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). A meta principal é a aprovação de leis relativas à Segurança Alimentar e Nutricional. No caso de países onde elas já existam, irá buscar-se garantir o repasse de recursos suficientes para os programas de combate à fome. A iniciativa é louvável e importante, mas insuficiente.

O enfrentamento do problema exige ações mais profundas dos governos e da sociedade de todas as nações. Por isso, é lamentável constatar o alerta que acaba de ser dado pelo PMA: o financiamento mundial para a ajuda no tocante à prioridade máxima da alimentação atingiu seu menor nível nos últimos vinte anos. É um paradoxo em um momento no qual o número de pessoas famintas no mundo ultrapassou a um bilhão e a crise econômica empurrou milhares de famílias para baixo da linha da miséria. Mais do que nunca, é preciso dar de comer a quem tem fome!


Nota do Editor: Olga Maria Silverio Amancio é presidente do Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) - 3ª Região - São Paulo / Mato Grosso do Sul. Livre-docente na área de Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo, na qual é professora da disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria.

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