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Opinião
19/11/2009 - 05h29
TPM de Marina Silva
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Não é o que parece, meu caro leitor. A TPM aí do título é uma revista, Trip para mulheres, de periodicidade mensal e destinada a um público de elite. Folhear a revista é mergulhar no mundo das madames paulistanas, seus luxos, seus gostos, seus refinamentos. E também sua beleza, pois afinal as filhas da burguesia costumam caprichar na nutrição, nos cuidados médicos, no preparo físico, no vestuário e no doce ócio do mundo de compras. Não sofrem nenhum estresse. A mesma editora da revista, não por acaso, publica o título Daslu, a revista da Gol, da marca Personalité, do Banco Itaú, Audi magazine, entre outras. Seu público é a camada mais sofisticada, rica e ociosa da população.

As revistas capricham no visual e nos nus ditos artísticos, nada que se precise esconder das crianças. Os esportes caros e sofisticados são destacados. A penúltima capa trouxe a atriz Débora Secco, exibindo todo seu esplendor. No site tem um desfile de anunciantes de produtos caros e sofisticados. De fato, um sucesso comercial destinado ao público bem nascido. Pois qual a minha surpresa por ver na capa da revista que chegou às bancas a própria, a candidata Marina Silva, em tudo e por tudo o oposto de tudo que é fotografado e exibido no seu glamour editorial típico. Fui ler e conhecer a revista, que me chega em casa, mas para a qual nunca dei maior atenção. Veja-se a própria apresentação da revista:

“Com uma abordagem natural e cheia de originalidade, a TPM traz os temas e debates mais polêmicos do universo feminino por meio de matérias que traduzem o dia a dia das mulheres. Lançada em 2001, a revista nasceu com o objetivo de atender às mulheres insatisfeitas com o tratamento dispensado a elas pela maioria das publicações femininas do país . Com um conteúdo moderno e inovador, a TPM representa muito bem a realidade desse de mulheres com um ótimo acesso à cultura e à informação”.

A entrevista de Marina Silva foi apresentada sintomaticamente na seção da revista denominada “Páginas Vermelhas”. Diz tudo. É a seção do comunismo chique da publicação. Lá estão os arautos da revolução gramsciana em ação entre nós, como Caetano Veloso (não podia faltar), o membro cineasta da conhecida família de banqueiros esquerdistas, Walter Salles e outros assemelhados. Marina tinha que estar aqui.

O que está dito na entrevista não é relevante em si, nada de novo. O relevante é Marina Silva estar lá, apresentada como “Negra, evangélica e candidata a presidente, ela é capaz de mudar as próximas eleições no país”. Mudar o país?

Essa gente rica e ociosa quer mudar alguma coisa? Só a mudança contida na famosa frase do escritor italiano: “Temos que mudar tudo para não mudar nada”. Ou, na língua das dasluzetes: “Change”. Ou: “Yes, we can”. (E pensar que a dona da Daslu foi condenada a mais de noventa anos de prisão pelo crime de ser rica... Algo a se pensar.)

Em tipos grandes, a reportagem destaca: “Da infância pobre no seringal ao senado, Marina Silva, 51 anos, sempre insistiu em reinventar seu próprio destino - sem perder a ternura, jamais. Agora, quer reinventar o país”. É muito gracioso ver o bordão do genocida Guevara posto na boca da seringueira. Reinventar o mundo, “um outro mundo possível”, a idéia aloprada dos militantes do Fórum Social Mundial.

Não posso deixar e notar que a reportagem está ilustrada com um antigo panfleto eleitoral em que Marina Silva é retratada com Chico Mendes, ostentando o indefectível pentagrama do PT. Marina e PT, tudo a ver, é a mensagem. Outro destaque dado pela revista, agora às palavras da entrevistada: “A sociedade brasileira é capaz de se colocar à frente de seus próprios preconceitos”. Se Marina quisesse ser exata deveria ter dito: “A alta sociedade brasileira, a sua camada mais rica, que lê a revista TPM”.

Caro leitor, está tudo dominado. Estamos perdidos. As madames ociosas já têm candidata.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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