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Opinião
20/11/2009 - 06h07
Em defesa da redução da jornada de trabalho
José Luiz Guimarães
 

A idéia do "ócio criativo" não é novidade, principalmente nos países desenvolvidos. Ela entende que o homem precisa dispor de mais tempo para o estudo e o lazer - o que reverteria em ainda maiores benefícios ao conjunto social já que, atualizado e descansado, o trabalhador potencializaria seu desempenho operacional e intelectual. Há séculos a humanidade se desenvolve extraindo o máximo das potencialidades humanas. Por que os homens não podem começar a usufruir de mais tempo livre, principalmente quando já atingimos tão alto nível tecnológico?

No Brasil, vivemos uma série de contradições. Nossa jornada é uma das maiores do mundo (44 horas semanais desde 1988) e se soma a uma grande demanda das empresas por mais e mais horas extras. Em compensação, milhões de desempregados não conseguem retornar ao mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, a evolução tecnológica está aí, maximizando os lucros, elevando o ganho em produtividade e reduzindo custos com o corte de postos de trabalho. O ritmo acelerado da vida moderna exige o funcionamento quase ininterrupto de uma série de serviços. Muitas lojas funcionam normalmente aos domingos e feriados, nos grandes centros do País. A economia aquecida acelera o consumo de bens e serviços e os trabalhadores são chamados a fazer horas extras.

A reorganização das empresas exige funcionários polivalentes, impõe metas, estimula a concorrência entre grupos. Há ainda o banco de horas, sistema pelo qual o empregado é convocado a trabalhar ainda mais intensamente nas horas de pico para compensar os momentos de menor demanda. Ou seja: além de extensa, a jornada é intensificada. A corda é ainda mais esticada com o uso intensivo de celulares, notebooks e internet, que levam o trabalho para casa. A nova mentalidade organizacional exige atenção integral aos problemas da empresa.

O resultado é que, além da jornada extensa, temos uma carga de trabalho intensa, acrescida ainda do tempo gasto em locomoção. Contando o horário de almoço, o empregado 11 horas fora de casa, longe do convívio familiar, do lazer e do estudo de temas alheios ao seu trabalho. O efeito colateral é a doença: estresse, depressão, hipertensão, distúrbios no sono e lesão por esforços repetitivos, por exemplo.

Esse debate é uma parte do temário que levamos a Brasília, durante a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, organizada pelas centrais sindicais em defesa da aprovação da PEC 231/95 pelo Congresso Nacional que prevê redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário e aumento para 75% do valor da hora extra.

Nós entendemos que está na hora de tornar menos exaustiva a jornada de trabalho, em nome da saúde e da segurança do trabalhador. E, também, em nome da geração de pelo menos mais dois milhões de postos de trabalho em todo o Brasil. Os benefícios compensarão o alegado "alto custo" da medida para as empresas: o aumento da massa salarial fortalecerá ainda mais o mercado interno, com impactos positivos no aumento da produção. É o típico caso do estabelecimento de círculo virtuoso de crescimento econômico e social.


Nota do Editor: José Luiz Guimarães (PT) é vereador, presidente do PT de Guarulhos e líder do Governo na Câmara.

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