"Frotas" e "prepostos" são as opções para os que desejam trabalhar sem ter de investir na compra da licença. Mahammer Shah, taxista de 44 anos, desembolsou este mês US$ 360 mil (quase R$ 1,1 milhão) para adquirir a permissão para dirigir pelas ruas de Nova York. Em São Paulo, o candidato a motorista encontra duas maneiras de ingressar na atividade sem ter de comprar o carro, nem o alvará. Para trabalhar como frotista ou como taxista preposto, o profissional investe somente na diária (em média R$ 60), paga de segunda a sábado - as frotas não cobram dos motoristas as diárias aos domingos e feriados. Em 2004, ADETAX (Associação das Empresas de Táxis de Frota do Município de São Paulo) registrou aumento de 15% na procura por vagas em frotas, em comparação com o ano anterior. Conforme Ricardo Auriemma, presidente da Associação, a não necessidade de investir alto na compra de um carro e de um alvará é o grande atrativo. "Estamos nos preparando para um crescimento de 20% na procura por vagas no ano que vem", adianta. Segundo Auriemma, há 35 anos as frotas oferecem vagas de trabalho a taxistas de todas as faixas etárias, concedendo-lhes carros por 24 horas, flexibilidade de horário e benefícios como manutenção gratuita, curso de inglês, seguro de vida, planos de saúde e odontológico - os dois últimos em parceria com o Sindicato da categoria, entre outros benefícios. Prepostos e autônomos Já a modalidade de preposto é parecida com a das frotas, mas com algumas ressalvas. Os motoristas prepostos "alugam" o carro de um taxista autônomo, mas dividem com eles todas as despesas, inclusive os gastos com manutenção, o que não ocorre com os motoristas de frota. Em São Paulo, para trabalhar como taxista autônomo, é preciso investir aproximadamente R$ 25 mil no automóvel (considerando um veículo novo), e mais R$ 18 mil a R$ 100 mil no alvará, cujo preço varia exatamente conforme a lei da oferta e da procura. Na cidade, que tem hoje 32.766 táxis, a licença só é conseguida através de transferência entre o taxista que quer vender e o que deseja comprar. Ao contrário do que ocorre em Nova York, que reúne 12.487 taxistas, em São Paulo a Prefeitura não vende alvarás, apenas autoriza as transferências.
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