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Opinião
05/12/2009 - 06h44
Arruda e o fim da linha
Márcio Chalegre Coimbra - Parlata
 

"Gente, eu errei, eu não quero ser igual aos outros políticos que erram e ficam mentindo. Então vou falar a verdade logo, eu vi mesmo a lista. Não matei, não roubei e não desviei recursos públicos" - José Roberto Arruda, na tribuna do Senado, em maio de 2000, chorando e renunciando ao mandato, depois da quebra do sigilo do painel na votação secreta que cassou Luiz Estevão

As denúncias contra o governador do Distrito Federal são sérias. As provas são robustas e contundentes. Envolvem, além de Arruda, o vice Paulo Octávio, o presidente da Câmara Distrital, além outros parlamentares e dos principais secretários de Governo do GDF.

As imagens são de alto impacto. Arruda recebe dinheiro vivo durante a campanha, parlamentares de sua base de apoio recebem maços de dinheiro, o presidente da Câmara Distrital esconde reais em suas meias. Cenas que devem levar Arruda a lona, bem como metade da classe política de Brasília.

O mensalão de Arruda ainda não foi divulgado em sua totalidade. Segundo fontes em Brasília ainda há mais para ser divulgado. Tudo está surgindo a conta-gotas e deve ser mantido assim.

Práticas ilegais devem ser repudiadas, não interessa o partido. Arruda e seu grupo devem responder por todas as denúncias da "Operação Caixa de Pandora". Seu próprio partido cobra sua renúncia ou sua expulsão. Os demais envolvidos deveriam tomar o mesmo caminho.

Neste caso, Arruda estará em maus lençóis. Considerado até a semana passada um nome imbatível para as eleições de 2010 no Distrito Federal e até considerado como um possível nome para ocupar a candidatura a vice-presidência na chapa de Serra ou Aécio, Arruda desce novamente até as profundezas do inferno político, como fizera em 2000, quando mentiu publicamente no caso do painel do Senado e acabou renunciando ao mandato de Senador.

Pediu uma segunda chance e obteve uma nova oportunidade de fazer a coisa certa. Não fez. Sucumbiu mais uma vez as velhas práticas da política e seguro de si, expôs sua imagem, seu governo e seu partido a uma situação, no mínimo, indesejável.

É uma pena. Arruda fazia um bom governo em Brasília, moderno e propositivo. Infelizmente sua prática política foi o oposto, o que decepcionou muitos que como eu, apoiaram sua candidatura. Deve perder a legenda do DEM, que avalia sua expulsão, e assim não poderá concorrer a cargo eletivo em 2010. O partido, que não deseja velar e carregar um cadáver político em ano eleitoral, quer seu desligamento, mas tudo indica que Arruda pode ter colocado seu partido "na parede", assim como outras agremiações que querem deixar o governo.

Em caso de impeachment e expulsão do DEM, se tornará um cidadão comum, sem imunidades, podendo ter sua prisão decretada por qualquer juiz de primeira instância.

A OAB já pediu seu impeachment. Mas como pode prosperar qualquer iniciativa que deve ser julgada por uma Casa envolvida diretamente no escândalo?

Arruda diz que vai até o fim, mas parece que o fim já chegou.


Nota do Editor: Márcio Chalegre Coimbra é analista político. Consultor Político da Macropolítica e Editor-Executivo do site Parlata, desde 2003. Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos, com passagens acadêmicas pela FGV, UFRGS, Unisinos e Harvard Law School. Possui experiência internacional com passagem pela Fundación FAES e o Partido Popular em Madri, Espanha e como analista-chefe do Hayek Institute em Viena, Áustria. Nos Estados Unidos trabalhou com o Leadership Institute e o Partido Republicano. No Brasil trabalhou como consultor na Patri e como Diretor na Governale, atendendo clientes nacionais e internacionais. Como Professor, na Universidade Católica de Brasília e no UniCEUB, orientou pesquisas na área de relações governamentais e internacionais Autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson. Responsável pelo Blog Diários da Política (marciocoimbra.blogspot.com).

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