O Brasil está saindo da crise. E em todas as avaliações lá está o esforço da classe trabalhadora brasileira nesta superação. Ajudamos com sacrifício, com perda de vagas, com redução de ganhos. Mesmo assim, nos mantemos serenos e gastamos o restinho de dinheiro que a gente tinha na família, no nosso bairro, na nossa cidade, no nosso Estado e em nosso querido Brasil. Enquanto a gente trabalhava e consumia aqui dentro, muitos setores patronais fugiram da raia. Subiram no muro e ficaram, lá de cima, assistindo a nossa luta ferrenha contra a crise global. Agora, quando saímos do túnel e o horizonte volta a se abrir, os patrões querem nos convencer que precisamos fazer horas extras, produzir aceleradamente, nos sacrificar para que suas empresas não percam as novas oportunidades que surgem após a crise. Pois bem. Vamos, claro, fazer a nossa parte. Mas é a hora da gente receber os abonos emergenciais. Que serão um reconhecimento do nosso esforço em manter as empresas funcionando, de ter acreditado mais na empresa e no seu futuro do que os próprios donos. O abono emergencial é necessário para que façamos um ajuste de contas. Perdemos muito dinheiro nesta crise, seja com as demissões, com a interrupção dos aumentos por mérito e, principalmente, através da rotatividade acelerada. Sempre com a desculpa da crise financeira, sempre gerando prejuízos para nós metalúrgicos e metalúrgicas. A hora da recuperação é agora. A hora dos abonos emergenciais chegou. E vai nos compensar pelos sacrifícios extras que faremos para que as empresas nas quais trabalhamos possam recuperar as oportunidades que agora se apresentam no mercado. O Brasil retoma o crescimento. E o faz de maneira acelerada, sem tempo a perder. A empresa que souber mobilizar e motivar seus trabalhadores tem mais chances de aproveitar as oportunidades. E essa mobilização passa, necessariamente, pelos abonos emergenciais. Nota do Editor: Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.
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