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Opinião
29/12/2009 - 05h43
As fraldas do tempo
Percival Puggina - Parlata
 

É comum representar-se a virada da folhinha com o desenho de um bebê que chega para suceder o ancião que se retira. Sai o ano velho e entra o ano novo. O ano velho sai trôpego e fatigado; o novo ano chega enrolado em fraldas.

O tempo é convenção e relatividade. Meia hora na cadeira do dentista dura muito mais do que meia hora numa roda de amigos. Para o vovô, um ano é muito menos do que para seu netinho. Lembro bem que, na minha infância, era de uma eternidade o tempo decorrido entre dois natais. E fazia sentido que fosse assim porque um ano é vinte por cento do tempo de vida experimentado por uma criança de 5 anos. Minha mãe, por outro lado, tão logo terminava um ano, começava a se preocupar com o natal vindouro “porque, meu filho, logo, logo é Natal outra vez”. Um ano, para pessoa de mais idade é pequena fração de seu tempo de vida.

A vida familiar e a vida social se fazem, entre outras coisas, do cotidiano encontro da maturidade com a juventude. Imagine-se um mundo onde só haja jovens; ou onde, pelo reverso, só existam anciãos. Imagine-se, por fim, a permanente perplexidade em que viveríamos se a virada da folhinha nos trouxesse, com efeito, um tempo novo, flamante, que nos enrolasse nas fraldas da incontinência urinária, com tudo para aprender.

Felizmente não é assim, nem deve ser visto assim. E o importante, em cada recomeço, é ali chegarmos com a experiência que o passado legou. Aprender com a própria vida, aprender com a história e, principalmente, aprender com a eternidade.

Quem aprende com a eternidade aprende para a eternidade. Aprende lições que o tempo não desgasta nem consome, lições que não são superadas, lições para a felicidade e para o bem. Por isso, a maior e melhor novidade do ano novo será sempre a Boa Nova, que infatigavelmente põe em marcha a História da Salvação, cumprindo o plano de amor do Pai. Bem sei o quanto é contraditório com a cultura contemporânea o que estou afirmando. E reconheço o quanto as pessoas se deixam cativar pela mensagem do materialismo, do individualismo e do hedonismo. Mas é preciso deixar claro que tal mensagem transforma o mundo num grande seio onde, a cada novo ano, se retoma a fase oral e se trocam as fraldas da imaturidade.


Nota do Editor: Percival Puggina (www.puggina.org) é arquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul.

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