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Opinião
01/01/2010 - 13h52
A ocasião faz o ladrão
José Augusto Viana Neto
 

Se você fosse negociar a venda de duas casas, sendo uma delas disposta em um terreno totalmente murado e a outra apenas cercada por portões baixos e visível por qualquer pessoa, em sua opinião, qual das duas ofereceria mais segurança a um pretenso comprador?

Bem, se você optou pela primeira, talvez seja preciso rever seus conceitos sobre prevenção do crime através da arquitetura.

Muitos acreditam que residências com muros altos podem inibir a ação de criminosos, mas as estatísticas comprovam justamente o contrário. Pesquisas da Polícia Militar do Paraná realizadas com assaltantes atestam que imóveis cercados por muros altos oferecem certa tranqüilidade para o ataque, visto que a ação dos bandidos não pode ser vista por alguém de fora da propriedade.

Quando se trata de conceitos arquitetônicos, a ocasião pode, sim, fazer o ladrão à medida que proporcione fatores atrativos à ação desses criminosos. E o crime, na maioria das vezes, surge da oportunidade oferecida pela própria vítima.

Um imóvel ao lado de um terreno baldio, por exemplo, é preferência de 21% dos criminosos entrevistados pela pesquisa da PM do Paraná. Outros 20% afirmaram escolher locais com pouca luminosidade e 18% áreas com cantos escuros.

Assim, um bom começo para nos sentirmos mais seguros seria manter os ambientes bem visíveis e iluminados, uma medida simples que pode contribuir para minimizar a criminalidade.

Em geral, o levantamento da polícia também constatou que os bandidos são bons escaladores. Em 60% dos assaltos estudados, o método empregado pelo ladrão foi a escalada e em 20% houve o uso de chaves falsas. No entanto, 12% dos moradores de casas assaltadas facilitaram a ação dos criminosos, deixando os portões abertos.

Imóveis com várias portas e janelas voltadas para a frente da casa, ao contrário do que parece, oferecem melhor proteção a seus moradores. Afinal, dessa forma, quem entra ou sai da residência pode ser visto também por aqueles que estão passando na rua.

Além disso, verificar as guarnições e a resistência das portas e janelas externas é expediente necessário para se evitar arrombamentos. Cada detalhe pode fazer a diferença e dificultar - ou contribuir para - a ação dos bandidos. A alocação de espelhos em pontos estratégicos, a instalação de um número maior de trancas e cadeados atrasando o trabalho dos ladrões, a eliminação de escadas ou objetos nos quintais que possam otimizar o acesso ou a saída do imóvel... Enfim, medidas comuns, de baixo custo e que são de responsabilidade de cada cidadão.

A arquitetura contra o crime visa eliminar as chances e é uma metodologia conhecida e utilizada em muitos países que, somente agora, parece ganhar espaço nas discussões no País.

Se o controle de acesso às residências, a vigilância natural e o reforço territorial forem levados em conta como estratégias para a melhoria da segurança, sem dúvida estaremos trabalhando pela garantia de nosso patrimônio - seja este o de bens ou de vidas preservadas.

É preciso estar atento para que o projeto arquitetônico de um imóvel não acabe contribuindo para o famoso ’tiro no pé’ - como no caso do muro alto que, ao invés de evitar a entrada do ladrão, faz com que ele aja sem o risco de ser visto.

Existem boas práticas para preservarmos nossos "ovos de ouro", sem que coloquemos, inadvertidamente, a raposa para tomar conta do nosso galinheiro.


Nota do Editor: José Augusto Viana Neto é presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo.

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