“Tem gente que não gosta do meu otimismo, mas eu sou corintiano, católico e brasileiro e ainda sou presidente do país. Como eu poderia não ser otimista.” [dito em janeiro, numa previsão exagerada de crescimento de 4%].

Comentário: Luís XVI também era otimista, antes de seu lindo pescoço ser ceifado pela guilhotina.

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“Os ricos precisam pouco da gente. É só coletar o lixo que está bom.” [dizendo que governa para ajudar os pobres”].

Comentário: A coleta do lixo não é da competência do governo federal, a não ser que se trate do lixo político que polui o País.

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“Uma gripe, num cabra mofino, ele fica de cama; num cabra macho, ele vai trabalhar e não perde uma hora de serviço.” [Em março, mostrando que a crise e o vírus se combatem com macheza].

Comentário: Vai trabalhar sim, a menos que seja contemplado com o bolsa família e se aposente.

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“De vez em quando inventam uma briga entre Congresso, Executivo, Legislativo e Judiciário. Ninguém aqui é freira e santa, e não estamos em um convento.” [dito em abril].

Comentário: Quem diz a verdade não merece castigo, mas essa declaração é um dos inúmeros óbvios lulantes. Até a Velhinha de Taubaté anda meio desconfiada de que há algo de podre no reino da Dinamarca...

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“Essa crise não foi gerada por nenhum negro, índio ou pobre. Essa crise foi feita por gente branca de olhos azuis.” [em coletiva ao lado do Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha em março].

Comentário: Puro preconceito racial em relação à raça ariana: uma espécie bizarra de nazismo às avessas.

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“No Brasil, tem uma coisa interessante que vocês precisam conhecer. Apareceu alguém vendendo na porta de um brasileiro, ele sabe que é um turco”. [Dito na Turquia em um seminário com empresários turcos em maio].

Comentário: Nada como um Presidente de fino trato diplomático, que sabe cativar empresários estrangeiros a investir no Brasil.

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“Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã. Por enquanto é uma coisa entre flamenguistas e vascaínos.” [falando sobre as acusações de fraude nas eleições iranianas em junho].

Comentário: De um Presidente que não costuma ler nem jornais brasileiros, não é de se esperar que leia os estrangeiros. Além disso, é amigo de Ahmadinejad, ditador iraniano que deseja empurrar Israel para o mar e destruir todos os infiéis ao islamismo.

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“Um país que acha petróleo a 6.000 metros pode achar avião a 2.000”. [sobre o avião da Air France que caiu no meio do Oceano Atlântico em junho].

Comentário: Só não consegue achar alternativas para o populismo, empreguismo, desperdício de dinheiro público e assistencialismo.

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“Acho engraçada a idéia de que um presidente enquadre o Senado. Os senadores são inquadráveis.” [Negando que tivesse interferido na crise em favor de Sarney em julho].

Comentário: De fato, os senadores são “inquadráveis” e o Presidente inenquadrável.

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“A olimpíada do português é muito importante para as crianças não falarem ‘menas laranjas’, como eu”. [No lançamento da pedra fundamental da Universidade Federal do ABC em agosto].

Comentário: De fato, muito importante para as crianças, caso elas pretendam ser qualquer coisa na vida, menos Presidente do Brasil.

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“Eu não consigo ler muitas páginas por dia, dá sono. E vejo televisão: quanto mais bobagem melhor.” [em entrevista à Rádio Tupi do Rio em agosto].

Comentário: o Presidente deve estar com vista cansada. Neste caso, recomenda-se um bom oftalmologista. E que se inspire na máxima: “Se pude ver tão longe, foi graças a uma operação de miopia”.

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“Essa questão do clima é delicada por que? Porque o mundo é redondo. Se fosse quadrado ou retangular...” [Definindo o caráter global da questão climática em novembro].

Comentário: Segundo os melhores filósofos, há ao menos um mundo possível que é quadrado e todos os seus habitantes obtusos e bizarros, como o “egologista” Lulinha-Paz-e-Amor.

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Todas essas pérolas da oratória política, de fazer inveja a um Cícero ou um Diógenes, foram pescadas, juntamente com o contexto de seus proferimentos, em Veja de 30/12/2009. O presente autor reivindica apenas a autoria dos respectivos comentários.

Lembro ainda que tais pérolas certamente serão registradas por Ali Kamel em sua nova edição de Dicionário Lula: um presidente exposto por suas próprias palavras (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2009). Leitura imperdível enquanto documento histórico!

Nota do Editor: Mario Guerreiro (xerxes39@gmail.com) é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).