Eu pensava que sempre quando o ser humano era posto contra a parede ele revelava o verdadeiro temperamento. Nos casos de desastres ambientais, ou nas guerras, imaginava que o instinto de sobrevivência rompia com as regras socais, tornando o homem numa besta capaz de fazer atrocidades para sobreviver ou manter sua hegemonia. Porém, percebi que tinha me enganado. Existem tantas pessoas que ajudam desconhecidos em situação de alto risco, como uma enchente. Transeuntes se unem para salvar um desconhecido preso no carro e quase morrendo afogado. O afeto vem muito antes do mundo humano. Os animais podem trucidar os rivais de território, mas possuem estima em relação aos companheiros. A solidariedade vem do primitivo também e não só o impulso violento de hegemonia. Por isso, por que só pensar que o mundo está fadado à destruição? Há esperança sim, que se origina, principalmente, no lado bom que cada ser vivo tem dentro de si. Nota do Editor: Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais, especialização em jornalismo cultural e aspirante a escritor.
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