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Opinião
06/01/2010 - 05h28
O Influente
Percival Puggina - Parlata
 

O presidente Lula está na lista das personalidades mais influentes da década. Ainda bem que ele não influiu suficientemente quando se opôs: a) ao Plano Real, que chamava de estelionato eleitoral; b) à Lei de Responsabilidade Fiscal, que chamava de arrocho imposto pelo FMI; c) à abertura da economia brasileira, que chamava de globalização neoliberal; d) ao fim do protecionismo à indústria nacional, que chamava de sucateamento do nosso parque produtivo; e) às privatizações, que chamava de venda do nosso patrimônio; f) ao cumprimento de nossas obrigações com os credores internacionais, que chamava de pagar a dívida com sangue do povo; g) à geração de superávit fiscal, que chamava de guardar dinheiro para dar ao FMI; h) à primeira reforma da previdência, que ele já teve sete anos para corrigir e não corrigiu; i) ao Proer, que, segundo ele, era dar dinheiro do povo para banqueiro; j) ao fortalecimento da agricultura empresarial, que o Influente queria substituir por assentamentos do MST.

Felizmente, escapamos de tais influências! Os governos anteriores suportaram a vaia petista e criaram as condições com que o país enfrentou a turbulência internacional de 2008/2009. Entre elas: responsabilidade fiscal, moeda forte, superação da imagem de país caloteiro, sistema bancário sólido e bem fiscalizado, gradual modernização do parque produtivo, duplicação da produção de grãos e a acelerada produção de divisas daí decorrente. Felizmente, também, reconheça-se, ao assumir o governo o Influente teve a sensatez de: a) qualificar como “bravata” sua atuação como oposicionista; b) convidar o tucano Henrique Meirelles para o Banco Central; c) não atrapalhar o que ia bem. Ah! Esquecia-me de dizer que o Influente ampliou muito os programas sociais criados antes dele (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Vale Gás) que migraram para o seu Bolsa Família. Mas, vale lembrar que também aqueles programas de FHC haviam sido tenazmente combatidos pelo Influente que os qualificara como forma de ganhar o voto do pobre pela barriga (assista-o em Lula e o Bolsa Família).

Vejamos, agora, onde o Influente, de fato, influenciou. Ele influenciou a decisão brasileira de não declarar as narco-guerrilheiras FARC como organizações terroristas. Ele influenciou a eleição de Evo Morales que fez campanha anunciando que agiria contra a presença da Petrobras na Bolívia. Ele influenciou a eleição de Lugo, que fez campanha anunciando que agiria contra o acordo com o Brasil em Itaipu. Ele influenciou a OEA a favor da readmissão de Cuba na organização e, dias depois, influenciou a decisão da OEA contra a destituição do golpista Manoel Zelaya em Honduras. Ele sistematicamente protege regimes de esquerda quando são votadas, em organismos internacionais, moções de repúdio a violações de direitos humanos. Visitou e recebeu afetuosamente todos os ditadores do planeta. Ele é o Influente. Ele é o cara.

Sabem por quê? Porque aquele discurso que tanto atrai o eleitor de poucas luzes nos países periféricos produz o mesmo efeito em alguns europeus. Refiro-me à ideia de que a economia funciona como um deserto, onde a areia muda de lugar conforme o vento, formando dunas e depressões, mas a quantidade de areia permanece imutável. Logo, se há acumulação é porque, em algum lugar, se formou uma depressão. É por causa desse raciocínio infantil que as esquerdas atribuem a pobreza à existência da riqueza. E o Influente, onde vai, arranca aplausos ensinando isso. Mas os ricos do Brasil nunca riram tão à toa e nunca aplaudiram tanto um presidente.


Nota do Editor: Percival Puggina (www.puggina.org) é arquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul.

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