Férias, cruzeiros, intercâmbio e outras viagens mais conhecidas são a referência do brasileiro para o que é turismo. É assim desde sempre e, com os preparativos para a Copa 2014 no Brasil, temos pela primeira vez a oportunidade de falar sobre a operação turística. Turismo significa “volta” (vem do latim tourne), e os operadores estão sempre indo e voltando. Neste ano, passei três vezes pela África do Sul para garantir tudo para que os quase dez mil turistas brasileiros que vão para a Copa de 2010 aproveitem bem o evento. E é aí que o turismo se faz, muito antes do turista arrumar a mala. O negócio turístico se confunde com a estrutura do destino. Serviços, segurança e atrações - muitas vezes históricas - devem coexistir harmonicamente. No caso da África do Sul, acompanhamos de perto a evolução. Os preparativos envolveram - assim como estamos vendo no Brasil - a avaliação esportiva, hoteleira, logística e a definição dos roteiros. Acompanhar de perto os preparativos para o ano que vem traz grande aprendizado. Entre os desafios, havia a baixa capacidade hoteleira - apesar dos lindos hotéis - e as questões de infra-estrutura, agravadas pela distância entre os estádios, além da necessidade de adequação de serviços básicos como os de alimentação aos costumes brasileiros. A recente divulgação dos locais de jogos da seleção brasileira indica a última etapa para o planejamento logístico - contribuindo muito com a missão das operadoras de fazer daquele momento único para o viajante. As parcerias com as redes hoteleiras e de serviços e o conhecimento do destino também são fundamentais. O staff que acompanhará os turistas é composto por guias brasileiros especializados em África do Sul, médicos e executivos, que acompanharão as excursões. Todos estão passando por treinamentos que envolvem viagens, análise dos roteiros e grandes investimentos em capacitação. Para garantir que tudo ocorra bem, os guias partirão para a África do Sul uma semana antes da cerimônia de abertura da Copa. Ou seja, antes de vestir a camisa verde e amarela e embarcar, o turista também recebe atenção. A preparação para 2010 sinaliza que teremos muito trabalho para organizar a Copa 2014. O primeiro desafio é que estamos falando do nosso próprio País. Para governo e entidades, é o momento de construir o Brasil que queremos para o futuro. Apesar das necessidades de investimentos em transporte e segurança, há atributos que merecem destaque, como serviços, capacidade hoteleira e belezas naturais, além da alegria, paixão pelo futebol e receptividade, peculiares ao nosso povo. Com os estádios escolhidos em diferentes regiões brasileiras, existe uma clara oportunidade de apresentarmos para o mundo a nossa potencialidade cultural e turística. Para trazer turistas estrangeiros para cá em 2014, a operação turística é complexa. Por isso, estamos trabalhando, desde já, para fazer o turismo que o Mundo só verá daqui a cinco anos, aproveitando também a oportunidade de mostrar para Brasil que as operações brasileiras estão preparadas para isso. Nota do Editor: Aldo Leone Filho é presidente da operadora de turismo Agaxtur e executivo da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).
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