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Opinião
09/01/2010 - 20h20
A reviravolta do mercado imobiliário
Celso Petrucci
 

O ano de 2008 não pode ser esquecido pela crise global provocada a partir da quebra do Lemann Brothers em agosto do ano passado. Mas para nós que vivemos da indústria imobiliária o fato tem de ser lembrado, porque somente as aplicações com recursos da caderneta de poupança atingiram R$ 30 bilhões, ou seja, dez vezes mais que o volume das aplicações do ano de 2004.

Porém, se tudo ia bem anteriormente à crise com os produtos imobiliários destinados às classes média e alta, o segmento econômico ainda estava "engatinhando", com algumas poucas empresas desenvolvendo novas marcas e produtos para, futuramente, atenderem as famílias de baixa renda. Foi aí que tudo aconteceu.

No dia 25 de março, no Palácio do Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff anunciaram o Minha Casa, Minha Vida, com a promessa de que o programa entraria em operação apenas 20 dias depois.

Tendo como premissas a inclusão social, por meio do acesso à casa própria por famílias de baixa renda, e a função anticíclica, com geração de empregos e renda propiciados com o aumento do investimento na construção civil, o governo federal merece elogios. O programa é simples, transparente e aproveitou todas as ideias exaustivamente debatidas por especialistas em habitação no País.

O programa prevê a construção e aquisição de um milhão de unidades para famílias com renda de até dez salários mínimos, das quais, 400 mil unidades destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos e com direito a subsídios. A novidade foi a disposição de o governo federal "separar" mais de R$ 30 bilhões nos anos de 2009 e 2010 para subsidiar quase totalmente essas unidades, criar um Fundo Garantidor para reduzir os prêmios de seguro e assegurar, assim, o pagamento das prestações de compradores que possam ficar desempregados durante o financiamento.

Seis meses após seu lançamento, os resultados são incontestáveis. A indústria da construção civil e imobiliária já cadastrou mais de mil empreendimentos na Caixa Econômica Federal, totalizando aproximadamente 400 mil unidades. A instituição financeira, até o final de outubro, contratou o equivalente a 100 mil financiamentos de empreendimentos que serão destinados às faixas de até 3 salários mínimos, de 3 a 6 salários mínimos e de 6 a 10 salários mínimos, além de unidades novas que ficaram prontas após abril de 2009 e se enquadram no programa.

Esses números deixam claro que a cadeia produtiva da construção civil que vinha trabalhando há muitos anos somente no mercado tradicional (classes média e alta), rapidamente vem se adaptando à nova realidade da demanda, a chamada classe "emergente", e respondendo prontamente ao chamamento governamental para o segmento econômico.

Reconhecemos que muito ainda tem de ser feito quanto às novas tecnologias de construção, à redução do ciclo produtivo, a maior participação dos níveis estaduais e municipais de governo, à quebra da resistência dos cartórios e até mesmo o aprimoramento da governança corporativa das empresas construtoras e incorporadoras que trabalham no segmento econômico.

Porém, uma coisa é certa, o Brasil inicia um processo experimentado em outros países da América Latina, tais como Chile e México, e sempre poderá se espelhar nessas iniciativas para acertar mais e errar menos. Esse efetivamente é o desejo de todos que se prestam à causa habitacional.


Nota do Editor: Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), diretor-executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTS.

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