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Crônicas
10/01/2010 - 13h00
Beba com o coração
Vany Grizante
 

Segundo a revista Veja de 21 de outubro de 2009, pesquisadores da Noruega descobriram que as pessoas que bebem socialmente, e de forma comedida, tem 50% menos chance de sofrer de depressão que os abstêmios. Porém, como se sabe, o álcool em excesso causa vários efeitos nocivos, e entre eles exatamente o oposto do descoberto na pesquisa: baixam o nível dos neurotransmissores associados ao prazer, induzindo assim à depressão. À parte o gracejo final da revista - que questiona onde foi que os pesquisadores encontraram noruegueses que bebem moderadamente (ah, eu queria ter escrito isso!) - a ambiguidade foi solucionada pela análise comportamental dos bebuns light, já não seria necessariamente o álcool, mas sim seu estilo de vida o que os protege da doença. A bebida, nesses casos, seria um mote para reunir amigos e familiares, promover atividades sociais e manter relações pessoais, tão importantes para nossa sanidade mental.

Uma coisa é tomar parte de um grupo de amigos queridos e beber um ou dois chopinhos num bar agradável, numa noite quente, falando amenidades, lembrando de fatos divertidos e dando risadas. Outra é encher a cara, mesmo sozinho, para esquecer dos problemas ou minimizar as dores, e descobrir que o álcool é um paliativo relativamente eficaz contra as nossas mazelas - que não desaparecem, apenas ficam grudadas como crostas numa parte do cérebro que a bebedeira temporariamente embota, para voltarem mais fortes depois. Num grupo de pessoas bem humoradas e de confiança, os problemas podem ser repartidos, cortados em fatias finas e servidos junto de uma cerveja gelada, quando são facilmente digeridos; porém se estamos sós, os problemas são engolidos inteiros, com casca e tudo, à base de cada vez mais álcool e amargura. E, como sapos vivos, entalam em nossa garganta, sendo regurgitados junto com a bile na terrível ressaca do dia seguinte.

Aos abstêmios, eu digo: fazem muito bem. O álcool não é e jamais foi resolução de problema algum. Mas não beber não deveria significar solidão ou exclusão social. O importante é não se furtar a encontrar os amigos. Não importam as bebidas consumidas, importa a sua quantidade (a moderação é a tônica!), mas, principalmente, a qualidade das pessoas em torno delas. Sejam essas bebidas quais forem: um copo d´água ou um suco natural de frutas, uma caipirinha ou uma coca-cola - normal, light ou zero, tanto faz, já que totalmente inofensivas também não o são. Mesmo assim... Saúde!


Nota do Editor: Vany Grizante (vanygriz@gmail.com) é arquiteta e escritora em São Paulo, SP. Escreve no site "Recanto das Letras" desde 2007. Publicou o livro "Abelhas sem Teto e outras crônicas" pela Editora All Print e participou da coletânea "Universo paulistano vol. II" da Editora Andross, ambos em 2010. Sua tese de mestrado sobre ambiente de trabalho na indústria encontra-se disponível para download no site: www.teses.usp.br.
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