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Opinião
16/01/2010 - 12h00
Enquanto isso na Dinamarca...
Regina Camargo - Observatório da Imprensa
 

Uma notícia um tanto quanto inusitada foi divulgada por agências internacionais recentemente: a Dinamarca resolveu liberar o acesso à internet durante provas finais do ensino médio. Os alunos podem acessar o site que quiserem, só não vale enviar e receber e-mails ou trocar mensagens entre eles, mas também, com toda a internet à disposição, por que alguém iria querer colar de outro aluno, certo? De todo modo, essa informação traz à tona novamente uma discussão mais ampla que é justamente o papel que a internet tem na vida dos jovens e, consequentemente, a maneira como se deve lidar com essa questão.

O jovem de hoje interage com múltiplas plataformas por natureza, qualquer companhia que se preze quer fazê-lo para crescer; o jovem reivindica um espaço para difundir seus pontos de vista, a organização que o faz é referência e formadora de opinião; um almeja mobilidade, rapidez e liberdade de atuação, o outro... também! Ora, ao ver disseminadas, sobretudo nas grandes instituições e corporações – as que se dizem globais – políticas de acesso restrito ao uso da internet, não estaríamos diante de um enorme contra-senso?

Saindo dos bancos escolares e indo para o mercado corporativo, uma outra pesquisa realizada nos Estados Unidos, no início do segundo semestre de 2009, revela que 83% dos colaboradores são mais engajados com a empresa quando esta segue valores que compartilha com os funcionários. Que tal liberdade? A partir do momento que se oferece como ferramenta de trabalho um computador para cada funcionário que, em grande parte dos casos, já tem um celular com acesso à internet enfiado no bolso, a noção de produtividade, certamente, ganha novos elementos. O fato de um jovem acessar com frequência sites de notícias, atualizar ao longo do dia seu perfil nas redes sociais e trocar mensagens instantâneas é necessariamente desperdício de tempo para a empresa? Pode ser que sim, mas também pode ser que não.

Desvios e abusos

Segundo estudo conduzido pela Princeton Survey Research International entre julho e agosto de 2009, ao contrário da crença popular, a internet e os celulares não estão isolando as pessoas, mas reforçando suas vidas sociais. As redes de discussão são 12% maiores entre os usuários de celulares, 9% maiores entre as pessoas que trocam fotos online e 9% maiores para aqueles que usam serviços de mensagens instantâneas. Esse dado é facilmente constatado no comportamento dos jovens que, mais do que nunca, tem opinião sobre tudo e querem, cada vez mais, se expressar, daí o sucesso de audiência das redes sociais como Orkut, Facebook e afins.

– Ah, mas ele não vai cumprir suas metas nos prazos definidos? Isso é uma constatação ou uma suspeita?

Em grande parte dos casos, envereda-se pelo terreno do achismo quando se trata do uso de novas tecnologias, principalmente porque elas são novas. Fato é que uma outra pesquisa realizada pela Universidade de Melbourne, na Austrália, apontou que a navegação na web por diversão aumenta os níveis de concentração e torna o trabalho mais produtivo. A pesquisa aponta ainda que as pessoas que navegam dentro de um limite de menos de 20% do tempo de trabalho são mais produtivas, rendendo cerca de 10% a mais em comparação com aquelas que não têm contato com a internet.

A discussão é antiga, apenas conta com novos elementos em jogo: controlar, proibir e manter, ou pelo menos achar que se tem as rédeas do jogo; ou confiar e deixar que cada um invista seu tempo e suas motivações para o que considerar pertinente, sob o risco de toda espécie de desvios e abusos. Não há uma resposta certa e única para essa questão, a não ser apelar para o bom senso das partes envolvidas. No entanto, definir que tipo de conduta seguir, ao contrário do que se possa imaginar e, muito provavelmente, do que gostaríamos que acontecesse, é para ontem, até porque a Dinamarca não é tão longe como parece...


Nota do Editor: Regina Camargo é sócia diretora da consultoria de recursos humanos Across.

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