Bolívia, país vizinho, já registra índices de radiação UV superiores ao que é considerado seguro. Essa é mais uma razão para os brasileiros redobrarem os cuidados
Proteger-se do sol virou o mantra de milhares de médicos ao observarem, no consultório, o número de diagnósticos relacionados à exposição excessiva ao astro rei. E ainda assim há quem não se conscientize dos perigos. Pois bem, para esses aí vai mais um alerta: o contato prolongado com os raios UV pode causar sérios danos à visão, entre eles, a catarata. De acordo com o oftalmologista Daniel Moon Lee, do Instituto de Olhos e Microcirurgia de Brasília - Inob, a radiação ultravioleta ocasiona alterações oxidativas nas células epiteliais do cristalino, a lente natural do olho. As reviravoltas climáticas, com ondas de calor excessivo em algumas zonas do planeta, colocam a saúde em risco ainda maior. Recentemente, pesquisadores anunciaram que a Bolívia já apresenta índices de radiação UV superiores ao que é considerado seguro, ou seja, nível máximo 16. O país vizinho registra níveis entre 17 e 18 - mais uma razão para os brasileiros redobrarem os cuidados. No quesito prevenção, a orientação é usar óculos escuros, com capacidade de filtrar os raios UVA e UVB. O uso de óculos de má qualidade pode ser mais danoso que a não utilização. Pelo fato de terem lentes escuras, provocam a dilatação das pupilas, enganando os olhos e permitindo maior entrada de radiação. Outro alerta vai para a população entre 30 e 40 anos de idade. "Há estudos que revelam que pessoas nessa faixa etária têm mais propensão de desenvolver a catarata", diz. O médico explica ainda que é imprescindível procurar um oftalmologista diante de qualquer alteração ocular e jamais optar pela automedicação, sob risco de mascarar um quadro complexo e adiar a detecção e o tratamento de doenças que colocam em risco a visão e a qualidade de vida. No caso da catarata, reduzir a exposição aos raios UV é medida preventiva. "Para pessoas que já desenvolveram a doença, vale destacar que ela tem tratamento, sempre cirúrgico, com possibilidade de restabelecimento total da visão", conclui.
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