Não é fácil compreender quais são os desafios e os caminhos que um advogado deverá conscientemente assumir para encontrar realização pessoal e sucesso no exercício da profissão. Este profissional deve estar sintonizado com as transformações que o Brasil e o mundo globalizado vêm sofrendo. Desponta no horizonte uma advocacia moderna e profissionalizada, encabeçada pelos grandes escritórios que passaram a adotar uma postura empresarial na prestação de seus serviços. A passos lentos, as instituições de ensino tentam se adequar a esta nova realidade, alterando sua grade curricular, com inserção de novas matérias e tornando outras optativas. Há um conflito silencioso entre a velha prática da advocacia e a postura adotada pelos novos advogados. Está desaparecendo a figura do advogado autônomo e surgindo em seu lugar as sociedades de advogados multidisciplinares. A OAB vem sentindo esta mudança com o aumento vertiginoso no número de pedidos de inscrição de sociedades de advogados. O Presidente da OAB Nacional, Cezar Britto, em recente entrevista concedida à “Comissão de Apoio aos Advogados em Início de Carreira” opinou que é preciso o advogado deixar de ser um cidadão isolado, profissional do "eu sozinho" e buscar a companhia, a solidariedade e a união com outros advogados. Por outro lado, os jovens profissionais de direito - impregnados por conceitos inovadores como sustentabilidade, informática, transparência, velocidade e outros -, já representam a maioria nas sociedades de advogados. Os clientes almejam do advogado maior transparência, efetividade e soluções personalizadas. Espera-se um profissional com uma visão ampla do problema ou negócio sob sua responsabilidade, antevendo as consequências nas diversas áreas do Direito e os riscos a serem assumidos conscientemente pelo cliente. O mundo vem enfrentando fortes mudanças que, se ignoradas, podem levar a humanidade à extinção. Respeito ao meio ambiente e a pacificação social deixaram de ser conceitos vazios e metas distantes para se tornarem palavras de ordem em discussões supranacionais, públicas e privadas. Inseridos neste contexto estão os advogados, os quais não devem se olvidar de sua responsabilidade profissional, constitucional, política e social. O tradicional advogado litigioso, prolixo e distante sai de cena para dar lugar ao advogado mediador, conhecedor do negócio do cliente e acessível. Esta nova postura, comprometida com o cliente e com a sociedade, trará aos advogados não só sucesso profissional perante a realidade mercadológica, mas também realização pessoal ao contribuir com o ideal de Justiça, motivação embrionária de todo operador do Direito. Nota do Editor: Pablo Rodrigo Jacinto é advogado, sócio do escritório Bessa Advogados e Coordenador da Comissão dos Novos Advogados do Instituto dos Advogados de São Paulo - IASP.
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