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Opinião
28/01/2010 - 15h10
O MP e a tragédia das águas
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Nos últimos anos, o Brasil – especialmente as regiões sul e sudeste – têm sofrido pavorosos acidentes causados pelas forças da natureza. Rios transbordam e inundam ruas, casas e estabelecimentos, barreiras caem sobre casas ou as levam ladeira abaixo, estradas simplesmente se desintegram etc.

A população indefesa vive em sobressalto porque não sabe quando a desgraça vai chegar e, muitas vezes, já a tem prevista, mas nada pode fazer para evitá-la. Esse o quadro desolador que se abate sobre milhares de brasileiros, a maior parte de baixa renda.

Toda essa tragédia está encravada na vida dos brasileiros porque a sociedade em que vivemos não respeita os preceitos da Natureza, que cobra caro pelas agressões sofridas.

As enchentes decorrem da areia que vai para o fundo dos rios em razão da remoção da vegetação das margens. Também há casos de edificações em várzeas que, nas épocas das chuvas, são a passagem natural da água. Os desabamentos ocorrem porque o homem foi construir sua casa nas encostas, ficando sujeito a cair pelos paredões ou tê-los caindo sobre sua cabeça.

Qualquer dessas situações provoca prejuízos e até mortes, mas esses agravos ao ambiente continuam ocorrendo todos os dias, sem que as incompetentes autoridades se mobilizem para evitá-los.

A sucessiva omissão de governos e de órgãos fiscalizadores tem custado centenas, talvez milhares, de vidas, além de extremo sofrimento à população, especialmente a pobre que, sem recursos para viver em lugar seguro, busca o improviso e acaba encontrando a tragédia. E o quadro das enchentes ainda é agravado pelo entupimento dos bueiros e galerias pluviais das cidades, que recebem lixo, papéis e entulhos e não têm a devida manutenção e desobstrução. A atual situação das encostas e enchentes parece tão insolúvel quanto a do tratamento de esgotos, no passado.

Há pouco mais de uma década, o Ministério Público passou a responsabilizar os prefeitos pelo lançamento de detritos de suas cidades nos rios. Compeliu-os a assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) onde se comprometiam a, num determinado prazo, promover o tratamento dos esgotos, sob pena de multa e outras sanções.

Resultado: as principais cidades brasileiras possuem hoje o seu sistema de tratamento, completo ou em fase de implantação. É um avanço que muito em breve dará ao país um novo patamar ecológico.

Os mesmos promotores públicos bem que poderiam, com o rigor que o momento exige, também intimar prefeitos, governadores de Estado e até o presidente da República a assinarem TACs capazes de retirar os moradores das encostas e das várzeas e a desenvolverem obras de efetivo controle e combate às enchentes.

Chega de fugir às responsabilidades e culpar governos anteriores! Esses senhores precisam corresponder às responsabilidades que os votos lhes conferem e trabalhar pela solução do problema, sem olhar para trás. Os governantes negligentes do passado já foram ou ainda serão punidos pela história, mas os atuais, se não trabalharem, manterão o quadro de sofrimento do povo e agravarão os problemas. Isso não pode acontecer...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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