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Medicina e Saúde
01/02/2010 - 11h28
Cirurgia segura: o que os pacientes precisam saber
Carla Furtado
 
No mundo, cerca de um milhão de pessoas morrem todos os anos em decorrência de procedimentos cirúrgicos. Protocolo de Cirurgia Segura reduz em 42% a mortalidade

Por aqui o tema ainda é pouco debatido, mas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa a preocupação com a segurança dos procedimentos cirúrgicos é recorrente. Tanto, que para obtenção da Acreditação Hospitalar concedida pela Joint Comission International (JCI) - privilégio de poucas instituições brasileiras, como Albert Einstein, Sírio Libanês e Oswaldo Cruz - a implantação do Protocolo de Cirurgia Segura é passo imprescindível.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo anualmente 7 milhões de pacientes sofrem complicações após intervenções cirúrgicas e, desses, 1 milhão vão a óbito. Muitas complicações e mortes podem ser evitadas com a implantação de rotinas simples. E é isso que prega a JCI, representada no País pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação.

Na prática - O Protocolo de Cirurgia Segura implica na utilização de um checklist para verificação de pontos-chave antes de fases específicas da assistência perioperatória. "A primeira checagem se dá antes da anestesia e visa garantir que o procedimento correto seja realizado no paciente correto e na região do corpo correta", descreve Rejane Mariotto, diretora de qualidade e segurança do Hospital Brasília, primeira entidade das regiões centro-oeste e norte em fase de preparação para a Acreditação Internacional pela JCI.

"Verificam-se também se o consentimento informado, bem como todos os exames e avaliações médicas e de enfermagem pré-operatórios necessários para definição do risco cirúrgico e anestésico foram realizados e se todos os profissionais e materiais necessários para o procedimento estão disponíveis. Só então é feita a indução anestésica", complementa a executiva. Além disso, antes da incisão, todos os profissionais avaliam possíveis intercorrências durante o ato cirúrgico. Ao final do procedimento e antes de deixar a sala, a equipe conta compressas e instrumentais, identifica materiais de biópsia e avalia os pontos mais importantes para a recuperação pós-anestésica e pós-operatória do paciente.

O professor Edmundo Ferraz, consultor do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e da OMS, é atuante defensor do Protocolo. Ele participou, em 2007, do encontro realizado em Genebra, com vistas a validar a rotina-padrão de segurança para cirurgias. "Os resultados do estudo piloto realizado em nove cidades do mundo, publicado em janeiro de 2009 no New England Journal of Medicine, foram surpreendentes e decisivos. A introdução do checklist reduziu em 37% as complicações pós-cirúrgicas e em 42% a mortalidade", enfatiza. Ferraz espera agora o anúncio da implantação oficial da política de cirurgia segura no Brasil: "Por enquanto é privilégio dos hospitais de elite".

Desafio cultural - A implantação do Protocolo demanda uma profunda mudança cultural. José Henrique Germann Ferreira, ex superintendente do Hospital Albert Einstein e atual diretor geral do São Lucas - de Ribeirão Preto, lembra que toda instituição de saúde que atua com corpo clínico aberto enfrenta dificuldades para implementar normas universais de funcionamento. "O médico que trabalha em vários hospitais sofre mais a pressão do tempo e a adoção de sistemas de gerenciamento normalmente demanda o cumprimento de novos passos, ou seja, mais tempo", comenta. Para o executivo, a saída para envolver esse personagem fundamental no processo está no relacionamento: "Quanto mais a instituição investe na disseminação de informações e no estreitamento de laços com seu corpo clínico, menor é a resistência".

Convidado para falar sobre o tema em vários países, o professor Edmundo Ferraz é enfático sobre os benefícios para o próprio médico. "É importante que trabalhemos com segurança e tranqüilidade, sabendo que dispomos de todos os recursos para operar". Em uma profissão na qual um erro pode trazer sensível impacto à vida pessoal, não resta dúvida de que segurança é palavra de ordem.

Direito do cidadão - Espera-se que, com o tempo, a disseminação de informações sobre a Cirurgia Segura dê ao paciente a condição de verificar e até exigir que a instituição na qual será operado ofereça as condições ideais - seja ela pública ou privada. "O paciente ainda avalia a qualidade de um serviço de saúde a partir de determinados critérios, usualmente por aquilo que ele consegue ver. Esses aspectos são importantes, mas há outros que ele não consegue reconhecer e que são vitais", destaca Dr. Erickson Blun, superintendente do Hospital Brasília. "Como o paciente saberá se o hospital realiza manutenção preventiva de seus equipamentos, por exemplo?", questiona Dr. Blun.

O movimento pela Acreditação Hospitalar, em ascendência no Brasil, sinaliza um futuro promissor no que diz respeito à qualidade da assistência médico-hospitalar. Para o Dr. José Henrique esse é um caminho sem volta: "Em pouco tempo não haverá mais espaço no mercado para hospitais que não utilizam algum sistema de controle de qualidade e segurança".

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