No tempo em que meus filhos eram pequenos, todo mês tinham uma lista de festinhas de aniversário. E eu, uma lista de lembrancinhas a comprar. Não dava para pensar em ‘presentes’, apenas brinquedinhos que não fossem muito caros... Então eu os levava para a loja e pedia que eles escolhessem, assim tinha mais probabilidade de agradar ao presenteado. Nem sempre o que os adultos acham interessante o é para as crianças. E uma vez meu filho escolheu um baralho diferente, bem pequeno, com figuras de animais, se não me engano. Além de proporcionar uns joguinhos, era bem instrutivo. E lá foi ele contente para a festa. Na volta, sua carinha estava murcha e ele desabafou: o Fulano disse que aquilo parecia presente de pobre. O sangue me subiu à cabeça! Onde já se viu reclamar de presentes? Mas antes que eu começasse um discurso a respeito de boas maneiras, ele continuou. E tem mais, disse que eu não levei nada para o irmão dele... Ué... a gente leva presente só para o aniversariante! É, mas o Sicrano é gêmeo dele, também faz anos no mesmo dia... Nem eu, nem meu guri sabíamos! Um era loiro e magro, o outro moreno e gorduchinho...
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