O Brasil está mudando. Para melhor. Embora o brasileiro não valorize a nossa eficiência e não seja afeito a aplaudir as nossas vitórias, como é costume se afirmar, devemos reconhecer que o país está melhor, hoje, do que há alguns anos. A transformação é visível, tanto no que se refere à modernidade, com a utilização de bens e serviços de tecnologia mais aprimorada, quanto ao desenvolvimento econômico. Nos últimos quinze anos foram constatadas acentuadas melhoras na atividade econômica, graças ao Plano Real implantado no governo de Itamar Franco, bem administrado por Fernando Henrique e seguido à risca, até com mais rigor, pelo petismo, ideologia que lhe foi contrária até reconhecer os bons fundamentos de sua gênese benéfica e duradoura. A inflação está controlada e não mais afeta o salário do trabalhador com a violência do passado, permitindo aos homens de negócio planejar melhor suas atividades. O nível de pobreza em nosso país ainda é grande. Enorme. Injusto. Todavia, não podemos negar o aumento do poder de compra obtido no período pós-inflação. As indústrias renovaram seus equipamentos, implantaram novas e eficientes tecnologias, melhoraram a qualidade dos seus produtos e adotaram modernas práticas de gestão. Associadas ao comércio, que alongou os prazos para pagamento das compras, alcançando as classes de menor poder aquisitivo, comemoram saldo positivo. O respeito ao consumidor melhorou as relações entre ambos. A quebra do monopólio estatal, a menor interferência do Estado na economia e a redução da burocracia tiveram forte influência nesse processo de mudança. A privatização de empresas ineficientes e perdulárias, instrumento do empreguismo político e da corrupção desenfreada, possibilitou que essas organizações deixassem de apresentar prejuízos e gerassem lucros, passando a pagar impostos que são revertidos em programas sociais. A desestatização do sistema de telefonia elevou a oferta de telefones, aproximou o povo e está facilitando o desenvolvimento econômico. A área social, sempre carente, também registra alguma melhora, embora a saúde e a educação precisem de mais investimentos e melhor administração dos recursos financeiros. A Lei de Responsabilidade Fiscal tem servido de controle dos gastos públicos e é utilizada para moralizar a administração em todas as esferas – federal, estadual e municipal. Leis assim, que punem o mau administrador e beneficiam o contribuinte estão a merecer a atenção do Congresso Nacional. Ansiamos por reformas. O país precisa reformar sua legislação tributária para racionalizar a miríade de impostos que atormenta o contribuinte, exaurindo sua capacidade financeira e impedindo o desenvolvimento; necessita, urgentemente, das reformas da Previdência, do Judiciário e dos Códigos que regulamentam a conduta do cidadão. Nossas leis precisam ser modernas e ágeis. Algo já se fez, é verdade. Privatização de empresas públicas, livrando-as das “mãos leves” dos seus administradores, e algumas cassações de políticos corruptos são motivos de nossa imorredoura esperança. A partir da Constituição de 1988, o Ministério Público tem-se revelado mais atuante. Cerca de seiscentos procuradores federais estão aliados a milhares de outros colegas seus, nos estados, combatendo a ladroagem política. Um futuro melhor, contudo, só veremos se for dado um basta à impunidade, à corrupção generalizada, à violência ensandecida, ao desemprego, à diminuição da astronômica dívida pública, hoje alcançando o píncaro de nossa capacidade de pagamento. Um trilhão e quinhentos bilhões de reais esperam por solução. Com os gastos da campanha eleitoral que se avizinha, visando a eleição da Dilma guerrilheira, não sabemos aonde iremos parar. As transformações timidamente elencadas nesta crônica não devem ser atribuídas somente ao governo Lula, como alguns insensatos e partidários de tudo isto que está aí propalam. Os fundamentos econômicos, o crescimento da produção de petróleo, a redução dos elevados índices de pobreza de nosso povo, a modernização industrial, as mudanças sociais e o crescimento econômico foram incrementados a partir do malfadado governo Collor. O pior período para os brasileiros deve ser creditado a Sarney, o consultor diuturno do presidente Luiz Inácio (Viajando) Lula da Silva. Se o administrador público fosse honesto, o político cônscio de seus deveres, a Justiça mais eficiente e o povo esclarecido eleitoralmente, “não veríamos nenhum país como este”: rico, maravilhoso, igualitário e desenvolvido.
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