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Medicina e Saúde
11/02/2010 - 11h06
Carnaval, samba e sexo seguro
Leandro Alves Gomes Ramos
 

Está chegando a hora da folia nacional. As marchinhas do Carnaval já começam a ecoar nas esquinas do país. Quem pretende cair na farra não deve deixar de fora a serpentina, o confete e a camisinha. O preservativo é a garantia de que a alegria continue depois do feriado. Afinal, além de método contraceptivo é a melhor maneira de se manter livre das doenças sexualmente transmissíveis.

Estudos recentes mostram uma forte ligação entre a infecção genital pelo papiloma vírus humano (HPV) e o câncer de colo uterino. O HPV está presente em mais de 99% das células destes tumores. Existem mais de 200 tipos de HPV, aproximadamente 15 deles são considerados de alto risco e estão relacionados com o câncer de colo uterino. A transmissão do HPV genital ocorre através da relação sexual, ou através do contato direto com a pele contaminada. Por este motivo, o uso de preservativo na relação sexual diminui o risco desta transmissão, conseqüentemente, reduzindo também a incidência do câncer de colo uterino.

A infecção pelo HPV é muito comum, cerca de 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Estudos epidemiológicos mostram que apenas uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco de câncer desenvolverá câncer de colo uterino. Ainda assim, o câncer de colo uterino é uma doença de alta prevalência no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no ano de 2008, a taxa de incidência desta doença no Estado de Minas Gerais foi de 13,8 novos casos para cada cem mil mulheres. No Brasil, o câncer de colo uterino é a quarta causa de morte por câncer em mulheres. A sua incidência torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente, na faixa etária de 45 a 49 anos.

Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo uterino (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo uterino só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil, porém não disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mais importante que a vacinação são os exames anuais de detecção precoce do câncer de colo uterino, Papanicolaou, e o tratamento precoce das lesões com alto risco de malignidade. Estes métodos reduzem significativamente a mortalidade por câncer de colo uterino. Apesar das várias campanhas educativas realizadas no Brasil pelo Inca, grande parte de nossa população ainda está fora do alcance deste exame e muitas vezes o diagnóstico é realizado apenas quando a mulher apresenta sintomas de doença avançada - tais como sangramento vaginal e dor - tornando assim o tratamento menos eficaz.

Portanto, mais do que nunca, neste Carnaval a população não deve se esquecer que o sexo seguro é a melhor maneira de se proteger contra o HPV e das demais doenças sexualmente transmissíveis.


Nota do Editor: Leandro Alves Gomes Ramos é oncologista da Oncomed - Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas.

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