Fiquei chocado com o que li de um articulista cientificamente preparado, mas sob minha ótica um retrógrado como professor, pois proclama que nunca aprendeu nada com alunos: “Não. Alunos nunca me ensinaram nada. Absolutamente nada!”, e os professores que profetizam terem aprendido alguma coisa com alunos foram tachados de infantis mentalmente, inimputáveis, impublicáveis e de ignorantes convictos. Felizmente, nos dias de hoje este tipo de professor está desaparecendo das salas de aula, dando lugar ao profissional que respeita o saber e o conhecimento de seus alunos, cujas experiências são aproveitadas para discutir, formando pessoas pensantes, críticos e perceptivos de injustiças, ou seja, adultos de verdade. Aprendi com meus mestres e muitas vezes com colegas ou colaboradores das instituições de ensino por onde estudei que ensinar é respeitar saberes, não se admitindo o individualismo ou professores inimigos de alunos, que não dão espaço ao diálogo e a interação, faltando com respeito com aqueles que estão na busca do saber. Neste sentido o emérito professor Moacir Gadotti em sua obra Educação e Poder, chega ao o âmago da questão de maneira clara para o leitor: “O educador deve por em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida”. Assim, entendo que cada vez mais o professor tem o dever de ser artífice da compreensão, transformador de informações e aprendiz nos conhecimentos dos seus alunos. Pois desta forte relação as interações que são muitas vezes diárias, onde cada um a sua maneira contribui, recebendo o apoio necessário do outro para se desenvolver e aprender, fortalecendo os laços de amizade e lealdade no progresso pessoal de ambos. Uma prova disso é a boa lembrança que guardo da figura dos meus mestres, como muitos de vocês com certeza guardam. Constantino, Maria Eunice, Simone, Cardona, Dilamar, Antoninho, Dileta, Mainar, entre tantos, obrigado. Sem vocês eu nada seria. Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.
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