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Opinião
13/02/2010 - 18h31
O drama da criança brasileira
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

As imagens que hoje correm o mundo, mostrando as agressões cometidas pelas professoras de uma creche da periferia de São José do Rio Preto (SP) contra indefesas crianças de um a três anos de idade, constituem um verdadeiro alerta para o tratamento que o Brasil dispensa à sua infância. Enquanto sonhadores impingem o ECA (Estatuto de Criança e Adolescente), que ameaça o pai, a mãe e a família que usam métodos “antigos” para educar suas crianças, impede menores de trabalhar mesmo que passem fome, e cria outras restrições, verifica-se a barbárie cometida dentro de estabelecimentos que funcionam com o dinheiro público.

As agressões cometidas pelas mal amadas professoras riopretanas só vieram a público ou chegaram às autoridades porque, alertada sobre maus tratos, a entidade mantenedora teve o bom senso de instalar as câmeras que flagraram as irregularidades e, depois, a coragem de denunciá-las. Esses e outros crimes só descobertos com o uso da tecnologia nos levam a crer que em centenas, talvez milhares de outros estabelecimentos, em todos os quadrantes deste país, crianças também podem estar sendo seviciadas por verdadeiros algozes colocados na condição de mestres. Além da desumanidade dos próprios atos, é impossível não pensar no futuro que está reservado a um pequeno ser que, desde a mais tenra idade, recebe tratamento dessa natureza.

Não é de hoje que especialistas, lideranças comunitárias e até cidadãos comuns vêm alertando para a necessidade de tratar melhor as crianças brasileiras, pois delas depende o futuro do país. Mas governo e sociedade fazem ouvidos moucos, deixando meninos e meninas entregues à própria sorte. Jovens engravidam cada dia mais precocemente, famílias desestruturadas não têm como criar seus filhos, os serviços públicos são deficitários ou inexistentes e a nova geração é, cada dia mais, desassistida. Muitas de nossas crianças, ainda crianças, acabam absorvidas pelo crime organizado, tornando-se drogados, traficantes, ladrões e outros tipos de criminosos que engrossam a estatística do sistema prisional e abarrotam as varas criminais.

O país cresceu vertiginosamente nas últimas décadas. Compara-se, em muitos itens, às principais economias do mundo. Mas é negligente no trato com o próprio povo. Milhares de crianças e jovens perdem-se todos os anos por absoluta falta de assistência e encaminhamento. E os poetas sociais de plantão ainda pregam restrições e modelos alienígenas para nossos menores. É preciso acordar e buscar o ponto de equilíbrio. Não podemos continuar vivendo na famosa “Belíndia” (Bégica misturada com a Índia).

Nossas crianças – assim como as de todo o mundo – são credoras de cuidado, respeito e dedicação. Negligenciar esses direitos básicos é condenar ao fracasso as próximas gerações e o próprio país. Corremos o risco de ainda ter um pais tecnologizado e não ter indivíduos suficientes para operar e desfrutar dessa tecnologia.

Ah! Quanto às malfadadas professoras de Rio Preto. Que sejam, o mais rápido possível, colocadas na cadeia. Elas e todos os que agirem incorretamente com as nossas crianças. Questão de humanidade...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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