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Opinião
15/02/2010 - 14h00
“Lula: o filho do Brasil”
Henrique Andrade Camargo - Mercado Ético
 

Já ouvi e li boas críticas a respeito do novo filme de Fábio Barreto, o comentado “Lula: o filho do Brasil”. Mesmo assim, decidi que não irei assisti-lo.

Não desmerecendo todo o sofrimento que o presidente por ventura tenha passado na vida, mas essa história de um longa a respeito da saga de um pobre rapaz que se tornou líder máximo da maior nação da América do Sul tem um leve cheiro de oportunismo - só para reforçar, não estou desmerecendo a história de vida desse homem, mas sim, focando nos ares obscuros que o filme traz escondido.

Pode até ser somente impressão minha (e de mais uma centena de jornalistas espalhados pela imprensa). Recentemente no programa Altas Horas, da Rede Globo, Glória Pires, que interpreta Dona Lindu, a mãe de Lula, mostrou desapontamento com acusações de que a película serviria como propaganda eleitoral do PT e coisas do gênero. A atriz deixou a entender que essa é nada mais do que uma história comovente que o diretor tinha nas mãos.

Comovente até demais. Eu realmente acredito na sinceridade da atriz, por sinal uma das melhores da terra tupiniquim. O ponto é que, mesmo com toda essa possível (não provável) inocência, como demonstra Glória, o contexto em que vive o país nos faz lembrar de que o inferno está cheio de boas intenções. Para isso, basta recordar todas as maracutaias que aconteceram - e ainda acontecem - durante o governo Lula. Umas boas envolvendo pessoas de confiança do presidente.

Então, o que pensar de um filme que glorifica a figura de um homem público bem no ano em que o país terá eleições presidenciais? Somado a isso, o que dizer desse homem que não para de inaugurar obras públicas, sempre tendo ao seu lado a senhora Dilma Rousseff, sua candidata ao governo? É propaganda eleitoreira ou não?

O caldo engrossa ainda mais quando se vê que muitas das empresas financiadoras do projeto, o mais caro da história do cinema nacional - custou 12 milhões de reais -, ganharam ou esperam ganhar contratos do governo.

Como apresenta um artigo a respeito do filme, publicado na edição da semana passada da revista The Economist, havia um tempo em que era indecente tornar pessoas vivas em mitos. E é o que “Lula: o filho do Brasil” faz.

Uns bons anos atrás, em uma discussão sobre marketing pessoal, um dos editores que tive na vida disse: “Não basta ser, tem que parecer”. Para ele, não faz muita diferença o fato de um profissional ter determinadas competências se essas não forem “divulgadas”.

Da mesma forma, se as intenções dos produtores de “Lula: o filho do Brasil” foram boas não soam como tal. O ideal é que esse filme fosse lançado somente em 2050, de preferência com o atual presidente não mais presente nesse mundo e com um outro partido no poder, para não deixar implícito o uso da máquina pública.


Nota do Editor: Henrique Andrade Camargo é editor do Mercado Ético.

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