No recado que enviei a este jornal (“Ao Alfredinho”) no dia 12/09/09 (se bem recordo) disse que não seria com polícia que resolveríamos nossos problemas, me enganei apenas quando falei que ela poderia ajudar, acho que atrapalhou. Vemos sempre que algo acontece os pronunciamentos das autoridades dizendo que estão em busca de um turismo de qualidade. Domingo próximo será o último suspiro da temporada 2009/2010 e a cada ano andamos para trás. O Carnaval que era nosso fechamento de ouro passou a ser mais um fiasco, é claro, pois o trauma recente do Réveillon não animou ninguém a voltar. Que ações foram tomadas para irmos ao encontro de um turismo decente? Ações efetivas, ações práticas, ações que surtam efeito? Francamente, este ano nosso Primeiro Secretário de Turismo o Sr. São Pedro fez tudo certinho, porém o resto do secretariado além de nada ajudar atrapalhou: Informalidade - comércio e meios de hospedagem clandestinos. Trânsito impraticável - não me venha dizer que foi por causa do fechamento da Osvaldo Cruz, pois todo ano é assim, não tão grave, concordo. Lixo pra todo lado - não me venha dizer que foi por causa do trânsito e da chuva, sempre tem uma desculpa, mas a verdade é que o serviço de coleta já deixa a desejar tem algum tempo, agora no Carnaval, só vieram na terça-feira, aí Inês era morta. Ruas intransitáveis - quando não é buraco e poças d’água é a poeira, o serviço de conservação inexiste e quando aparece é só para fazer serviços sem nenhuma qualidade ou técnica. Praias sujas - sem lixeiras, coalhadas de ambulantes (que não ambulam). Surto de virose - este ano parece que fomos vítimas, mas na realidade a quantidade de alimentos contaminados sendo comercializados nas praias é uma grandeza. Meios de hospedagem indecentes - e continuam a ser construídos a todo vapor. Chalés e apartamentos com 25 m² com sala, quarto, cozinha, área de serviço, geladeira, fogão e 10 beliches. É para o turismo de Primeira? Ônibus e vans de turismo clandestinos - e estacionam em estacionamentos clandestinos, alguns deles em áreas de preservação ambiental permanente nas barbas das autoridades. Conforto na praia nenhum - ou seja, sem banheiros, sem mesas e cadeiras, estacionamentos sem organização, sem seguro, sem música para animar. (Claro que não poderia ser aquela bagunça anterior, mas se houve fiscalização para impedir que colocassem as mesas, é claro que poderia haver para dimensionar e fiscalizar a altura do som.) E dizem que estão atraindo o turista de qualidade, conta outra.
Cadê o Plano Municipal de Turismo? Fernando Pedreira marviradosorvete@uol.com.br
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