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Opinião
23/02/2010 - 05h33
Ainda os marajás no serviço público
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Todo funcionário público, pela relevância de sua função, deveria ganhar muito bem para, como contrapartida, dar tudo de si pelo serviço e garantir, no mínimo, o bom atendimento ao contribuinte. Essa necessidade ninguém nega, mas pouco se pratica em todos os quadrantes do país. Governantes relapsos negligenciam na valorização, nos reajustes e na própria reposição inflacionária dos salários e, muitos deles, ladinamente, ainda usam o ardil de abonos e outras válvulas para achatar os ganhos da classe, cometendo verdadeiras injustiças. Como resultado, os funcionários são obrigados a realizar jornadas extenuantes, como a dos professores e médicos, ou estressantes e perigosas, como o bico feito pelos policiais.

Em vez de oferecer salários compatíveis, os governantes colocam-se como maus patrões, verdadeiros algozes do funcionalismo, deixando esses milhões de profissionais entregues à própria sorte e passando por muitas privações. E ainda se dão ao luxo de fazer propaganda motivacional e de qualidade de serviços, como se tivessem realmente dado todas as condições para o funcionário trabalhar. Isso gera a desmotivação, o absenteísmo e a má qualidade dos serviços. Para enfrentar o descaso, setores do próprio funcionalismo e profissionais especializados acabam encontrando brechas legais com as quais obrigam o erário a pagar supersalários e geram outros problema – até escândalos – como o descoberto dias atrás no Paraná.

É completamente descabido o salário mensal superior a R$ 100 mil a um escrivão, R$ 62 mil a um oficial de justiça, R$ 9 mil a um motorista, R$ 8 mil a um copeiro e um porteiro e R$ 6 mil a um ascensorista, como os pagos em dezembro último pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Por mais eficientes e cheios de direitos que esses servidores possam estar, é muito dinheiro. Nada justifica isso, principalmente se levarmos em consideração que a maioria dos trabalhadores brasileiros ganha o salário mínimo, os aposentados privados são penalizados com proventos muito inferiores aos níveis de sua contribuição quando trabalhadores ativos e a esmagadora maioria dos servidores ganha aquém de suas necessidades básicas.

A questão dos supersalários é uma verdadeira caixa preta e ocorre em todo o país. O caso do Paraná é a ponta do “iceberg” que aparece agora, mas não podemos nos esquecer de que já houve até um presidente da República que ganhou as eleições sob a bandeira de combater os ditos “marajás”. Recentemente tivemos a polêmica do teto salarial na magistratura. Mas, polêmicas e escândalos passam e os desmandos e exageros continuam firmes como rochas malignas.

Precisamos colocar um paradeiro em todos esses desmandos. Fixar (e obedecer) um limite máximo para a remuneração do funcionalismo. Redistribuir as verbas para que todos os funcionários ganhem o suficiente para viver e não sejam obrigados a buscar fontes extras de sobrevivência. No dia em que isso ocorrer, o país terá resolvido muitos problemas. Principalmente a crise do serviço público, que não terá mais marajás e nem subalternos passando fome...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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