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Crônicas
23/02/2010 - 07h00
A morte vai acabar me matando
Antonio Brás Constante
 

Para algumas pessoas a morte dá pena, para outras o que se dá é a pena de morte. A morte é imparcial, não escolhe ou dá preferência entre novos ou velhos, bons ou maus, ricos ou pobres, o único critério exigido é que se esteja vivo (favor excetuar desta afirmação todos os zumbis, vampiros e afins que apesar de estarem tecnicamente mortos, também acabam morrendo, como já demonstrado exaustivamente em inúmeros filmes lançados através dos tempos).

O temor da morte causa contradições em nossas percepções, por exemplo, você sabe o que faz uma pessoa pensar que os anjos olham por ela? Sua fé cega. Viver é trocar a eternidade da inexistência por um pouco de essência. Aliás, viver é um ato de rebeldia, de loucura, que se cura com a morte. Como já dizia o humorista Rafinha Bastos, o homem nunca está satisfeito com sua vida, quando está solteiro quer casar, quando está casado quer morrer, e por aí vai.

Um fato interessante é que quanto mais vivos nós tentamos nos sentir, mais perto da morte ficamos, é o que acontece com quem pratica esportes radicais, onde a sede por adrenalina, por querer sentir-se vivo, faz com que estes indivíduos fiquem com suas vidas por um fio, muito próximas do fio afiado da navalha mortal da própria mortalidade.

Pensar na morte é algo que nos faz matar o tempo. Então percebemos que o tempo não morre, nós é que morremos dentro dele. Matamos o nosso tempo, bem como matamos o tempo dos outros através de nossas ações. Quando ficamos horas em uma fila porque o atendente acha que está fazendo um favor trabalhando ali, ele mata não somente o tempo dele, mas de todos que ficam prisioneiros na fila a espera de sua vez de ser atendidos.

Quando algum apressado no trânsito faz alguma manobra irresponsável causando um acidente e isso gera um engarrafamento quilométrico, ele pode até não ter matado diretamente ninguém, mas indiretamente está matando um pouco do tempo de cada um, um tempo que se somado pode equivaler a uma vida inteira.

Enfim, podemos dizer que a vida é uma história com infinitos enredos, TODOS com o mesmo final: A MORTE DO ATOR PRINCIPAL.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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