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Opinião
02/03/2010 - 17h15
Os “terremotos” e “vulcões” brasileiros
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

No dia 12 de janeiro foi o Haiti, pobre país da América Central. Neste fim-de-semana foi o Chile, próspera nação sul-americana. Outras vezes é o Japão, a Califórnia e outros pontos vulneráveis do planeta. O terremoto ocorre por razões geológicas e não escolhe locais ricos, nem pobres. Apenas ocorre, causa danos, sofrimento e exige providências. Países e populações com um bom nível econômico, constroem prédios resistentes, montam esquemas de defesa civil e diminuem o sofrimento do povo quando a tragédia chega. Os pobres ficam vulneráveis, o que aumenta o número de vítimas e atrasam a própria sociedade.

Há décadas é costume dizer-se que o Brasil é um país abençoado por não possuir vulcões e nem estar sujeito aos terremotos de grande intensidade, pois não nos encontramos na “emenda” das placas tectônicas. Mas os acontecimentos climáticos recentes são um alerta para outros problemas graves. Já ocorrem tornados e ressaca marítima de grande porte na região sul. O volume de chuvas e suas conseqüências são, a cada ano, mais preocupantes.

As populações instaladas em encostas e dentro das várzeas constituem a grande preocupação brasileira. Décadas de empirismo tecnológico, falta de investimento e negligência de fiscalização deixaram as populações de menor poder aquisitivo se instalar em terrenos inadequados. Milhares de famílias e estabelecimentos vivem e funcionam pendurados em morros onde podem desabar ou receber outros que desabam de pontos mais elevados. Não é menor o número daqueles que foram morar ou instalar seus negócios dentro das áreas de alagamento de rios e do próprio mar, causando problemas ecológicos e sofrendo as conseqüências todas as vezes em que há uma cheia e esta os atinge. Somado à imprevidência dos ocupantes de áreas inadequadas, está o desleixo da população que deposita entulhos nas vias públicas. Esse material inservível é arrastado pela enxurrada para dentro das galerias pluviais e para o fundo dos córregos e rios, provocando as enchentes. Ao entulho somam-se o lixo e até os panfletos que se distribui indiscriminadamente em todas as esquinas. Boa parte do papelório sequer é lida, e os motoristas a atira em via pública.

Possuímos importantes centros de conhecimento e vasta legislação que trata da sustentabilidade ecológica. Mas, infelizmente, não dispomos de fiscalização e nem de vontade política dos governos e instituições para fazer valer as leis e punir exemplarmente aqueles que as descumprem. Esse despreparo é o “terremoto” ou “vulcão” que assombra todos nos, brasileiros, todos os dias. E o pior é que pouco
se tem feito de prevenção contra seus efeitos.

A tarefa é de enorme magnitude. Precisamos, com a máxima urgência, remover os moradores e negócios que ocupam as áreas de desmoronamento e inundação e, além disso, educar (e, se necessário, punir) todos os que agridem ao ambiente. É questão de inteligência, vida ou... morte.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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