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Opinião
01/04/2010 - 11h14
Uma outra mediação
Jonas Gonçalves - Observatório da Imprensa
 

O jornalismo online (praticado via internet) vem se tornando cada vez mais importante em dois contextos: o técnico e o mercadológico. No aspecto técnico, a variedade de ferramentas disponíveis cresceu vertiginosamente desde 1995, marco inicial da internet difundida em larga escala. Já no que tange ao mercado, é notória a guinada dos veículos de comunicação para a rede mundial de computadores, criando não apenas versões on-line (portais) de suas publicações, mas também agregando recursos como blogs, podcasts, Twitter e redes sociais, como o Facebook. Dessa forma, é possível afirmar que foi criada uma outra forma de o jornalismo mediar as relações entre os fatos e a sociedade.

Isso só é possível pelo nível de interatividade que a internet proporciona. Quem a utiliza sabe o quanto é interessante explorar as diversas possibilidades existentes. Um exemplo é o espaço para comentar as notícias postadas. É bem verdade que o nível desses comentários, na maioria dos casos, deixa muito a desejar. Erros de português, palavras de baixo calão, piadas e manifestações sem nexo são comuns na maioria dos portais de notícias. Mas, é o preço que se paga por oferecer informações a um público vasto, multifacetado e complexo, que exigiria pesquisas de cunho sociológico para ser compreendido.

Análise qualitativa e quantitativa

O dinamismo da internet faz com que mesmo ferramentas consagradas, como os blogs, já vivenciem um problema: excetuando-se aqueles vinculados a grandes portais, o nível de interesse do público é baixo, considerando-se a média de comentários em blogs independentes, hospedados em sites como o Blogger e o Wordpress. Entretanto, é importante ressaltar que um outro parâmetro adotado, o número de acessos (pageviews) não é totalmente confiável, visto que muitas pessoas podem acessar o site buscando alguma informação via Google (ou qualquer outra ferramenta de busca) e, não encontrando aquilo que procuram, migram rapidamente para outro endereço.

Portanto, é possível realizar dois tipos de análise da preferência dos internautas: qualitativa e quantitativa. Uma mera visita a um blog, que não irá ter como consequência algum comentário nem uma assiduidade por parte do internauta-leitor, é contabilizado na estatística de visitação, mas não pode ser considerado um acesso qualitativo, no sentido de que não forneceu as informações que o usuário de internet procurava e também não agregou popularidade e disseminação ao blog visitado.

Crítica com credibilidade

O maior desafio a ser enfrentado pelos "jornalistas da web" é encontrar uma maneira de tornar atrativo e interessante o conteúdo que produzem (textos, fotos, vídeos, entre outros tipos). Dada a imensa oferta existente na internet, os leitores-consumidores das informações publicadas no meio online se sentem, muitas vezes, saturados e, assim, não se sentem estimulados para navegar além das fronteiras dos grandes portais. E isso se torna ainda mais grave no contexto brasileiro, com a ausência crônica de grandes incentivos à leitura.

O debate "qualidade x quantidade" também pode ser estendido aos próprios sites, sejam eles de conteúdo noticioso ou analítico. Cabe aos leitores realizar uma filtragem e privilegiar os espaços que oferecem informação com qualidade e credibilidade. Só assim haverá uma cobrança sobre aqueles que se propõem a informar, analisar e, especialmente, criticar tanto fatos de grande repercussão como os próprios meios de comunicação. Afinal, o exercício da crítica também ganhou uma nova dimensão nesta "era digital", pois aqueles que não são jornalistas também podem, de maneira democrática, tecer comentários e expor opiniões sobre quaisquer assuntos. Com tal facilidade, outro desafio se apresenta aos jornalistas: não basta se apresentar como mediador entre os fatos e o público. É preciso exercer tal papel com qualidade e credibilidade, uma vez que se não for feito, outro rapidamente ocupará o posto.


Nota do Editor: Jonas Gonçalves é jornalista, Araraquara, SP.

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