Câncer de testículo acomete 5% da população masculina. Agressiva, a doença deve ser diagnosticada em fase inicial e, para tanto, necessita da atenção do homem à própria saúde
Rita Lee já dizia que mulher é um bicho esquisito, todo mês sangra. Mas e o que dizer do homem e sua controversa relação com seu aparelho reprodutor? Mesmo desenvolvendo desde cedo uma íntima relação com pênis e testículos, os meninos de todas as idades deixam muito a desejar quando o assunto é atenção à saúde. Para se ter uma ideia, em 2007, de cada seis mulheres que foram ao ginecologista, apenas um homem se prontificou a ir ao urologista. Impressionantes 17,5 milhões delas contra apenas 2,7 milhões deles, segundo dados do Ministério da Saúde. O que poucos sabem é que, assim como o auto-exame da mama, existe o auto-exame de testículos, fundamental para a detecção de nódulos e tumores em estágio inicial. Especialistas recomendam que todos os meses, após um banho quente - que relaxa a bolsa escrotal e facilita a observação de anomalias - o homem posicione-se de pé em frente ao espelho e verifique se houve aumento, redução ou enrijecimento dos testículos. Além disso, é necessário checar se há sensação de peso, dor ou desconforto na bolsa escrotal. "O ideal, além do auto-exame, é que os homens se consultem periodicamente com um urologista", defende Dr. Murilo Buso, oncologista do Centro de Câncer de Brasília. "O especialista terá condição de detectar anormalidades e encaminhar o paciente a um oncologista se necessário. É importante saber que o câncer de testículo é agressivo, mas tem elevados índices de cura quando diagnosticado precocemente", comenta. Incidência - Mais raro que o câncer de próstata, que atinge cerca de 30% dos homens, o tumor de testículo acomete 5% da população masculina. Outra diferença é que costuma se concentrar entre os mais jovens, na faixa dos 15 aos 35 anos. Se os testículos não desceram para a bolsa escrotal na infância (criptorquidia), ou se houve ocorrência de hérnia inguinal, a probabilidade é aumentada entre 05% e 20%. Quando a doença é diagnosticada, ocorre a retirada do testículo, o que não afeta a função sexual ou reprodutiva do paciente - caso o outro testículo esteja saudável. O tratamento posterior à cirurgia pode incluir quimioterapia, radioterapia ou apenas controle clínico - de acordo com cada caso.
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