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Opinião
13/04/2010 - 17h09
Assaltos, seqüestros e desgoverno
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Depois das capitais, as cidades do interior, outrora pacatas e até bucólicas, vivem agora o drama da insegurança pública. Os assaltos, seqüestros, seqüestros-relâmpago e outras ocorrências do gênero proliferam a ponto de, inseguros, os moradores contratarem segurança própria para os portões de suas residências, empresas e outros locais por onde têm de trafegar com freqüência. Ficam claras a omissão e a falência do Estado no cumprimento do seu dever constitucional de garantir a segurança do cidadão.

A contratação de vigilância para o portão de casa ou da empresa é um paliativo, pois resolve (se resolver!) apenas o resultado, mas não a causa do problema. O Estado tem por obrigação criar um ambiente salubre à população, garantindo o seu direito de ir e vir em segurança. Para tanto, tem de aumentar o defasado efetivo da segurança pública, equipar as polícias, pagar salários condizentes aos policiais (para evitar que sejam obrigados a fazer bico e venham depois descansar na repartição ou na viatura) e cumprir uma série de deveres sociais para com a população, que vão desde a garantia de emprego, moradia, saúde, educação e outros.

Temos assistido governos irresponsáveis festejar, como se fosse de sua autoria, o bom desempenho de setores da sociedade e da economia, tentar convertê-los em bônus eleitorais e, ao mesmo tempo, negligenciar criminosamente com suas obrigações para com a população que freqüenta a escola pública sem aprender, morre sem atendimento nas portas de hospitais, sofre nas filas de desempregados e é vitima de toda a desigualdade que, a cada dia, mais se acentua. O produto de todo esse desgoverno se manifesta no aumento da massa carcerária, inflada na sua maioria pelos indivíduos sem oportunidades, e o poder público ineficiente para administrar o sistema de prisões, a ponto de, por medo de tomar decisões, tornar-se refém das facções criminosas criadas no vácuo do poder.

Algo, imediato e inadiável, precisa ser feito para reverter o quadro caótico. Os governantes demagogos, têm de pensar menos nas próximas eleições e mais nas obrigações assumidas no pleito anterior, que os elegeu. Tratar de apoiar verdadeiramente, através de incentivos e até isenções, o empresariado que dá empregos à população. Oferecer salários dignos aos professores, pessoal da saúde e policiais, e equipar as unidades onde trabalham. Fazer grandes mutirões para acabar com a sub-habitação e com todas as variáveis sociais que levam o indivíduo à degradação e à miséria.

Muito provavelmente, o crime e sua violência, estejam migrando para o interior, não pela eficiência do seu combate nos grandes centros como São Paulo, Rio e outros, mas porque nestas localidades os ladrões têm dificuldades para sumir com o produto do roubo em razão do trânsito caótico e cada vez mais congestionado, que acaba dificultando a sua rota de fuga. Um problema acaba resolvendo outro enquanto as autoridades dormem.

Chega de ineficiência e irresponsabilidade. Governo tem de governar. A história, sem dúvida, ainda vai condenar ao degredo moral todos os fanfarrões que, por omissão, deixaram a sociedade brasileira mergulhar no presente caos. No futuro, seus governos, certamente, serão conhecidos como “desgovernos”...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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