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Opinião
16/04/2010 - 17h10
O que falta para o Brasil? (III/III)
Adilson Luiz Gonçalves
 

O problema é que ainda guardamos o ranço cultural da colônia: os pistolões, padrinhos e tráfico de influência continuam aí, só que com um nome mais bonito, embora mais antigo ainda: nepotismo.

Quem o pratica não quer competência, inteligência ou sabedoria a serviço do povo: quer lealdade ou, melhor, cumplicidade, com interesse pessoal.

Isso é discriminação! Mas também estamos evoluindo nesse sentido. Afinal, a democracia implica estado de direito e todos são iguais perante a lei, como afirma a Constituição. E para promover essa igualdade melhoraram a educação pública? Deram as mesmas condições para todos? Não, criaram cotas: discriminação institucionalizada em vez de oportunidades iguais, com base em mérito.

O dinheiro público continua sendo malversado. Alguns dos que dizem que representam o povo e defendem o país, mandam muito do que sorvem da nação para paraísos fiscais: países detergentes. Outros cobram comissões para liberar verbas destinadas a programas sociais, inclusive de merenda escolar. Gentes, principalmente crianças, morrem em função disso! Isso poderia ser considerado genocídio doloso, crime hediondo, mas não é! Pelo contrário, a maioria de seus autores tem imunidade, ou seja, licença para matar!

Mas isso é só culpa deles? Não! Dizem que cada povo tem o governo que merece? Prova disso é que os mesmos políticos ou seus herdeiros estão sendo eleitos e reeleitos apesar da multiplicação de escândalos. E mesmo quando não são eleitos continuam na vida pública. As denúncias não os incomodam ou afetam, pois as leis que os julgam protegem mais do que punem. Por outro lado, outras leis, consideradas modelos pelo mundo, ou não pegam, ou criam dificuldades para venderem facilidades, ou confundem rigor com morosidade, atravancando o desenvolvimento do país.

Mesmo assim, bastaram duas décadas para o Brasil sair da condição de mendigo financeiro, para uma posição de relativo respeito internacional. E tudo isso apesar de todas as nefastas tradições das elites que governam o país: sejam de direita ou esquerda:

Ainda cultuamos mitos e inventores de suas próprias lendas; ainda cultivamos o gosto ibérico por líderes carismáticos e mártires; ainda insistimos em pedir favores e dar jeitinhos, em vez de exigir e respeitar direitos, de cumprir e fazer cumprir deveres.

É certo que, apesar das crises: financeira, moral e ética, o Brasil está indo de vento em popa... Mas a velocidade de barcos a vela não é mais referência. A todo vapor também não é ecologicamente correto. Entretanto, mesmo que estivéssemos voando em velocidade Mack, nada valerá se não houver planejamento estratégico sério, de médio e longo prazo, além de uma profunda consciência de nação, moral e eticamente falando.

Então, o que falta para o Brasil?

Bem: investir maciçamente em educação, saneamento, pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento sustentado, soberania territorial, enfim, em tudo aquilo que todo mundo já está cansado de saber. Mas, não basta criar essas condições ideais e formar profissionais de ponta: é fundamental que todo esse potencial criativo, inteligência, sabedoria e capacidade empreendedora do povo brasileiro não estejam meramente a serviço da mediocridade esperta.

Assim, ter mais políticos honestos e bem intencionados já seria um excelente começo!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA) e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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